A luta contra o militarismo dos EUA
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A luta contra o militarismo dos EUA


Editorial do sítio Vermelho:

Realizou-se em novembro último em Cuba a Terceira Conferência Internacional pela abolição das bases militares estrangeiras e o fechamento da base de Guantánamo. Trata-se de uma iniciativa conjunta do Movimento pela Paz, da ilha caribenha, e do Conselho Mundial da Paz, com a participação de movimentos pacifistas e organizações de solidariedade internacional.


 O território de Guantánamo é estratégico para o controle marítimo entre o Caribe e o Atlântico. Ultimamente, desde que os Estados Unidos proclamaram a chamada guerra ao terrorismo, a base militar passou a abrigar um presídio em que se praticam arbitrariedades contra acusados de “planejar e cometer atentados aos Estados Unidos”. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu que iria fechar a prisão, mas até hoje não cumpriu.

A manutenção da base militar sob controle estadunidense atenta contra a soberania nacional cubana e constitui uma ameaça aos demais países caribenhos.

Guantánamo é uma dentre as 76 bases militares estadunidenses em territórios e águas da América Latina e do Caribe e uma das cerca de oitocentas bases militares que os Estados Unidos mantêm espalhadas em todo o planeta.

A existência de tais bases militares corresponde à estratégia permanente de primazia militar do imperialismo estadunidense e do exercício de sua hegemonia no mundo, malgrado o declínio econômico e político e o isolamento diplomático dessa superpotência.

Tal como os seus antecessores, o governo de Barack Obama também elaborou e põe em prática uma estratégia militar, em que o tema é enfocado sob diversos aspectos.

A administração Obama retomou os preceitos do Projeto para um Novo Século Americano em que se encontra toda a projeção ideológica da cruzada militarista dos Estados Unidos. Não é ocioso recordar que Obama enfatizou : “Atualmente os Estados Unidos não têm nenhum rival mundial. O objetivo da grande estratégia dos Estados Unidos deve ser preservar e estender esta posição vantajosa o maior tempo possível (…) Preservar esta situação estratégica desejável na qual se encontram os Estados Unidos, neste momento, exige capacidades militares predominantes em nível mundial”. “O maior tempo possível”, agregou.

No mundo atual, para além da retórica, prevalece a política de guerra, o militarismo e o intervencionismo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz discursos pela paz, a redução da quantidade e do papel das armas nucleares, o multilateralismo e o direito internacional, mas a essência belicista da estratégia imperialista não muda.

A estratégia militar do governo de Barack Obama continua priorizando a instalação de um sistema antimísseis e o reforço do pacto militar agressivo da Otan, em comum com seus parceiros europeus.

A estratégia militar do imperialismo estadunidense incorporou a perseguição e o assassinato de pessoas suspeitas de “praticar ou planificar” a execução de atos terroristas “em qualquer lugar obscuro” do planeta, conforme preconizava a doutrina Bush.

A estratégia militar de Obama encaixa-se nos objetivos permanentes do imperialismo norte-americano de continuar sendo o único país a exercer uma dominação militar global com a manutenção e a extensão de bases militares, tropas, porta-aviões e bombardeiros estratégicos em todas as latitudes do planeta.

Os gastos militares para sustentar esta poderosa máquina de guerra remontam a US$ 750 bilhões. Quase um terço desse montante é dedicado a manter as bases e instalações militares dos Estados Unidos; em seu conjunto, o custo total para o tesouro estadunidense das guerras no Iraque, Afeganistão e as incursões em território paquistanês foi de cerca de US$ 3,7 trilhões.

A administração Obama faz uso crescente dos aviões não tripulados (“drones”), que se converteram na principal arma dos Estados Unidos em seus esforços para derrotar a Al-Qaeda e espionar os governos que não são do agrado da Casa Branca. Por exemplo, no Paquistão a CIA incrementou drasticamente os ataques com aviões não tripulados contra objetivos de “alto valor” da Al-Qaeda e do movimento Talibã.

A América Latina e o Caribe estão incluídas nessas concepções e ações militaristas e no alvo da Doutrina Obama. A Quarta Frota, as 76 bases militares de diferentes capacidades, o desenvolvimento de forças e meios militares norte-americanos para intervir em qualquer ponto da região, a oposição sistemática aos governos progressistas, tudo isso se encaixa na Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Para esta potência imperialista, a América Latina e o Caribe continuam sendo uma prioridade na Estratégia de Segurança Nacional e na grande estratégia dos círculos dominantes estadunidenses, para poder manter o acesso e o controle sobre os recursos naturais e econômicos, o domínio dos mercados, o acesso às fontes primárias de energia, a preservação do sistema de colonização ideológico, cultural e a contenção daquelas forças políticas, movimentos ou processos revolucionários que pretendam desafiar as bases fundamentais de sua dominação global.

Opor-se a esta superpotência militarista, renovar os esforços pela paz mundial, mobilizar as energias dos povos no soerguimento de um combativo movimento anti-imperialista continuam sendo tarefa política central das forças de esquerda e dos movimentos populares e democráticos.




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