A mais cara de todas as Copas - EDITORIAL O ESTADÃO
Geral

A mais cara de todas as Copas - EDITORIAL O ESTADÃO


O ESTADO DE S. PAULO - 23/06
A Copa do Mundo de 2014 no Brasil será a mais cara de todas. O secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, anunciou que em julho seu custo total chegará a R$ 28 bilhões, um aumento de 10% em relação ao total calculado em abril, que era de R$ 25,3 bilhões. E supera em R$ 6 bilhões (mais 27%) o que em 2011 se previa que seria gasto. Por enquanto, já se sabe que o contribuinte brasileiro arcará com o equivalente ao que gastaram japoneses e coreanos em 2002 (R$ 10,1 bilhões) mais o que pagaram os alemães em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e africanos do sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões).
O "privilégio" cantado em prosa e verso pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que se sentou sobre os louros da escolha em 2007, e entoado por sua sucessora, Dilma Rousseff, em cuja gestão se realizará o torneio promovido pela Fifa, custará quatro vezes os gastos dos anfitriões do último certame e três vezes os gastos dos dois anteriores.

O governo federal não justifica - nem teria como - este disparate. Mas, por incrível que pareça, os responsáveis pela gastança encontram um motivo para comemorar: a conta ainda não chegou ao teto anunciado em 2010, que era de R$ 33 bilhões. É provável, contudo, que esse teto seja alcançado, superando o recorde já batido, pois, se os custos cresceram 10% em dois meses, não surpreenderá ninguém que subam mais 18% em 12 meses.

Esta conta salgada é execrada porque dará um desfalque enorme nos cofres da União, que poderiam estar sendo abertos para a construção de escolas, hospitais, estradas, creches e outros equipamentos dos quais o País é carente. Como, aliás, têm lembrado os manifestantes que contestam a decisão oficial de bancar a qualquer custo a realização da Copa das Confederações, do Mundial de 2014 e da Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016. E, além dos valores, saltam aos olhos evidências de que tal custo não trará benefícios de igual monta.

É natural que, no afã de justificar o custo proibitivo, o governo exagere nas promessas de uma melhoria das condições de vida de quem banca a extravagância. Segundo Fernandes, responsável pela parte que cabe ao governo na organização do torneio, "a Copa alavanca investimentos em saúde, educação, meio ambiente e outros setores". E mais: "Ou aproveitamos esse (sic) momento para o desenvolvimento do País ou perdemos essa (sic) oportunidade histórica".

A Nação aguarda, com muita ansiedade, que o governo, do qual participa o secretário executivo do Ministério dos Esportes, venha a público esclarecer quantos hospitais, escolas ou presídios têm sido construídos e que equipamentos têm sido adquiridos para melhorar nossos péssimos serviços públicos com recursos aportados por torneios esportivos que nos custam os olhos da cara.

Não é preciso ir longe para contestar esta falácia da "Copa cidadã": o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) previu um "legado inestimável" que ficaria da realização dos Jogos Pan-americanos de 2007 na mesma cidade onde será disputada a Olimpíada de 2016. O tal "legado" virou entulho: os equipamentos construídos para aquele fim estão sendo demolidos e reconstruídos e, enquanto não ficam prontos, os atletas simplesmente não têm onde se preparar para disputar os Jogos Olímpicos daqui a três anos.

A manutenção do estádio Green Point, na Cidade do Cabo, que custou R$ 600 milhões (menos da metade dos gastos na reforma do Maracanã, no Rio, e do Mané Garrincha, em Brasília) para ser usado na Copa da África do Sul, demanda, por ano, R$ 10,5 milhões em manutenção, o que levou a prefeitura local a cogitar de sua demolição. Por que os estádios de Manaus, Cuiabá e Natal terão destino diferente depois da Copa?

A matemática revela que o maior beneficiário da Copa de 2014 será mesmo a Fifa, e não o cidadão brasileiro, que paga a conta bilionária. Prevê-se que o lucro da entidade será de R$ 4 bilhões, o dobro do que arrecadou na Alemanha e o triplo do que lucrou na África do Sul. O resto é lorota para enganar ingênuos e fazer boi dormir.




- Dores Olímpicas - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 06/08 Encerrada a Copa do Mundo, o país enfrenta o desafio de organizar a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Embora a maior parcela de responsabilidade recaia sobre uma única cidade-sede, trata-se de uma empreitada nacional, que envolve...

- A ?copa Das Copas? E O Sonho Que Virou Pesadelo - Roberto Freire
BRASIL ECONÔMICO - 16/05 À primeira vista, há quem imagine que o tempo passou rápido demais entre a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo e o início do Mundial, daqui amenos de um mês, mas não é bem assim. Foi em 2007, e lá se vão sete...

- O Risco Copa, Confrontos, Protestos, Obras Pela Metade E Custos Que Assustam Turistas
O suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, estava desconfiado desde o início. No dia 30 de outubro de 2007, ao anunciar o Brasil como sede da Copa de 2014, ele disse: ?O Comitê Executivo decidiu, unanimamente, dar a responsabilidade,...

- Romário Conta Tudo: Vídeo Divulga Apoio Aos Protestos E Critica Gastos Com A Copa, Veja Que Absurdos A Farra Com Dinheiro Público
SÃO PAULO - O deputado federal e ex-jogador Romário publicou um vídeo nesta sexta-feira em que apoia os protestos que estão sendo realizados em todo o País e critica duramente os gastos do Governo com as obras para a Copa do Mundo.Ed Ferreira/EstadãoEx-jogador,...

- Gastaram Além Do Necessário: Romário E Comissão Criticam Gastos Para Copa Das Confederações
"Os dados oficiais sobre os gastos, obtidos na Controladoria Geral da União (CGU), não deixam dúvidas sobre a exorbitância dos gastos do estádio de Brasília", diz Romário A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, presidida pelo deputado...



Geral








.