A nota em risco - EDITORIAL FOLHA DE SP
Geral

A nota em risco - EDITORIAL FOLHA DE SP


FOLHA DE SP - 10/09


Agência norte-americana emite sinal de alerta sobre fundamentos econômicos do Brasil; rebaixamento seria inegável retrocesso


A Moody's, agência norte-americana de classificação de risco, emitiu ontem mais um sinal de alerta a respeito dos fundamentos econômicos do Brasil.

No ano passado, havia diminuído a perspectiva da nota do crédito brasileiro de "positiva" para "neutra"; agora, passou-a para "negativa". Se for dado um próximo passo nessa mesma direção, o país terá seu crédito rebaixado de acordo com os critérios da agência.

O Brasil, hoje, está na categoria Baa2, que indica um grau de investimento com risco moderado. Esse patamar é o segundo acima do "especulativo", que implica menor segurança para investidores.

Ainda que estejam desacreditadas desde 2008, quando papéis imobiliários com a nota máxima viraram pó nos EUA, e mesmo considerando conflitos de interesses, já que seus financiadores compram títulos, as agências balizam inúmeros investidores. Alguns, como os fundos de pensão internacionais, por vezes nem podem aplicar em países considerados especulativos.

Não é só por isso, contudo, que o alerta da Moody's deve ser levado em consideração. A agência reuniu três fortes argumentos para justificar sua decisão. O primeiro diz respeito à perda de vigor da economia nacional, que deve permanecer até pelo menos 2015.

Há, além disso, o colapso da confiança empresarial e a retração dos investimentos --estes caíram em nove dos últimos 12 trimestres e estão no mesmo patamar de 2010. Tal comportamento resulta, para a agência, do intervencionismo do governo Dilma Rousseff (PT).

Sem investimento, a capacidade de produção da economia não aumenta, com o que uma expansão do PIB provocará mais inflação.

A falta de crescimento, por sua vez, é um problema para a nota de crédito por comprometer a geração de renda e reduzir a arrecadação. Levando-se em conta os crescentes gastos federais, tem-se um processo de aumento da dívida pública --que, como proporção do PIB, já é cerca de 50% maior que a da média de países de risco similar.

Esse é o terceiro motivo de preocupação da agência. Diante dessa combinação de fatores, os desafios não serão pequenos para o próximo governo, qualquer que seja ele.

Por fim, a Moodys não deixa de destacar pontos fortes da nossa economia: reservas internacionais elevadas, diversificação produtiva e sistema bancário sólido, entre outros. Se não houver alteração no horizonte próximo, entretanto, o corte da nota será inevitável.

A receita para não haver esse retrocesso é conhecida e tem sido repetida por incontáveis analistas brasileiros: restaurar a credibilidade das contas públicas e estabelecer uma gestão competente.




- Reprovação Internacional - Editorial Gazeta Do Povo - Pr
PARA PRESIDENTE VOTE AÉCIO NEVES 45 GAZETA DO POVO - PR - 20/09 O problema maior do Brasil é a existência simultânea de vários indicadores ruins As agências internacionais de classificação de risco existem para estudar os países, acompanhar...

- Confiança Em Baixa - Editorial Correio Braziliense
CORREIO BRAZILIENSE - 06/10Ainda não é o fim do mundo, mas, no painel de controle da aceitação do Brasil como país confiável para investimentos, mais uma das luzes verdes trocou de cor: ficou amarela. Na semana passada, uma das três maiores agências...

- A Nota E Os Fatos - MÍriam LeitÃo
O GLOBO - 04/10 Ninguém liga para as notas das agências, exceto os investidores. E aí é que mora o perigo. Eles tiram recursos de países que são rebaixados, e o alerta de quarta-feira foi que isso pode acontecer com o Brasil. Eles encarecem o custo...

- Agência De Classificação De Risco Fitch Rebaixa A Nota De 'bom Pagador' Do Brasil
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investimento do país nesta quarta-feira (16). Foi o segundo rebaixamento da nota brasileira feito pela agência em dois meses.A nota da dívida de...

- Mídia E Alarmismo Em Tom De Campanha
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:   Os três principais diários de circulação nacional produzem nas edições de terça-feira (25/3) o fenômeno das manchetes trigêmeas: “Agência rebaixa nota do Brasil”, dizem a Folha...



Geral








.