São mais de 70 os lagos escondidos sob o manto de gelo da Antártida. O maior deles é o Vostok, descoberto em 1996. O Vostok tem 14 mil km² e profundidade irregular, entre 200 e 800 m. Isolado da superfície a pelo menos 15 milhões de anos, o lago manteve, assim, em igual isolamento, os organismos que ali habitam desde aquelas eras remotas e que por tais circunstâncias são, possivelmente, completamente desconhecidos da ciência atual.
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Longas linhas de montanhas irregulares, vales profundos, lagos majestosos, vulcões, rios, cachoeiras e formas de vida desconhecidas: a Antártida tem um dos cenários mais belos do planeta... mas ninguém pode ver. Por mais de 25 milhões de anos o quinto maior continente do mundo [14 milhões de km²] tem estado sepulto embaixo de uma grossa camada de gelo [entre 2 a 5 quilômetros de espessura].
Agora, novas expedições coordenadas de exploração prometem desvendar estes segredos geográficos. Tecnologias avançadas permitirão aos pesquisadores penetrar virtualmente nas profundezas glaciais onde os equipamentos poderão efetuar o mapeamento da área. Robôs submarinos serão enviados através de aberturas produzidas na superfície em busca de bactérias e microorganismos.
Martin Siegert, líder do projeto British Antarctic Survey, da University of Edinburgh comenta: "Nós sabemos mais sobre Marte do que sobre a terra escondida debaixo do gelo antártico. As pessoas freqüentemente esquecem que na Antártida existe terra sob o gelo e é fundamental entender como esse gelo se acumulou e como, se ou quando vai ou pode derreter com os conseqüentes impactos sobre o nível das águas oceânicas".
A Antártida nem sempre foi gelada. Há 40 milhões de anos o clima ali era mais quente que a Inglaterra atual. A temperatura começou a cair há 30 milhões de anos até todo o continente ficar coberto pelo gelo que se mantém na temperatura média de 89 graus centígrados negativos. Outro projeto, coordenado com o Antarctic Survey, vai utilizar aeronaves equipadas com poderosos radares capazes de produzir as imagens que possibilitarão mapear mais de 9 milhões de quilômetros quadrados, cerca de um terço do continente.
Medidores de gravidade e e campos magnéticos permitirão, também, definir os tipos de rocha que lá estão, ocultas e esmagadas pela pressão da grossa manta gelada.Outros projetos seguem paralelos; como a exploração do mais profundo lago já encontrado na superfície oculta da Antártida. Esses lagos são chamados subglaciais tal como rios que, apesar da água petrificada acima deles, conservam água líquida em virtude de um fenômeno de aquecimento provocado pelo jogo de pressões entre terra e gelo. Um dos mais conhecidos desses lagos é o Vostok, no leste antártico; mas um primeiro robô submarino será enviado para pesquisar outro lago, o Ellsworth, no oeste. Enquanto isso, do outro lado do mundo...
Verão Sem Gelo no Pólo Norte: Cientistas do US National Snow and Ice Data Center, Colorado, alertam: entre 2008 e 2009, neste verão, pela primeira vez na História desta Humanidade, o gelo pode desaparecer do mar Ártico, no Pólo Norte e, então, será possível alcançar o Pólo navegando em mar aberto. Este pode ser um marco importante do aquecimento global, em um processo de mudanças radicais no cenário geo-climático do planeta com evidentes e importantes conseqüências para as relações socioeconômicas entre as nações. Um exemplo, além da navegação livre até o Pólo, é a possibilidade de abertura de uma nova frente de exploração de petróleo e minério nas águas polares, antes inacessíveis por causa da camada de gelo.
Modelos de simulação do clima global mostram o degelo no Ártico desde 1955 e sua projeção até 2050.
Na Rússia, desde 2004, o Calculus Mathematics Institute of the Russian Academy of Sciences, que trabalha com modelos de evolução do clima simulados em computador, vem divulgando prognósticos de um drástico aquecimento planetário nos próximos 90 anos.
Existem 17 modelos como o dos russos e norte-americanos "rodando" em processadores de vários países, metade deles, nos Estados Unidos. Todos trabalhando com informações comparadas e índices de emissão de gases como o Carbono, o Metano, os gases vulcânicos e outros produtos de origem humana. Os números indicam que a temperatura pode subir até seis graus centígrados no Hemisfério Norte. No Hemisfério Sul, apenas dois ou três graus. Profetizou o místico russo Rasputin [1864-1916]:
Na Sibéria crescerá a videira
e muitos palácios de São Petersbugo
serão embelezados com pés de limão...
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FONTES:
Hidden area beneath Antarctic ice revealed por Richard Gray
IN Telegraph/UK publicado - em 22/06/2008
Polar scientists reveal dramatic new evidence of climate change por Steve Connor
IN Independent/UK - publicado em 27/06/2008
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