A proposito, ela é mexicana
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A proposito, ela é mexicana


Post escrito na terça, 04

A prova de que meu inglês não é bom, é que ouvi perfeitamente ontem que a minha primeira aula do curso de francês seria amanhã (dia 05). Ouvi tão "perfeitamente" que, quando Camilo ligou hoje pra Universidade, disseram a ele que as aulas começavam hoje. Então, sai de casa no momento em que deveria estar entrando na sala de aula, às 9h da manhã. Eu ainda tinha que passar em outro prédio, responsavel pela administração da Universidade, onde estaria afixado meu nome e meu grupo. Groupe A. Beleza. Vi que era um grupo de 15 pessoas e, pelos nomes, percebi que não veria muitos ocidentais na sala.

Na sala, nenhuma surpresa: dois terços da turma eram formados por orientais. O exercício que estava sendo praticado no momento, era a forma de se apresentar. Comment vous vous appellez? Quel âge il a? e outras variações. Foi através das respostas que soube que três dos alunos eram iraquianos. O mais jovem deles estava sentado na minha frente (a sala estava disposta em forma de U), mas foram os outros dois que me chamaram a atenção. Era um casal de mais ou menos 50 anos, que lembrava muito meus pais. O cara não sabia falar picas de francês e errava pra caralho. Até ai, tudo bem. Só que, quando o professor pedia pra esposa dele dizer alguma coisa e ela errava, OU NAO, o cara ficava maluco de raiva. Ele ficava cochichando pra ela a resposta “certa”, com aquela tensão, sempre se metendo no que ela dizia. Em um dos gravíssimos erros dela, ele chegou a levar as mãos à cabeça e a apertar os olhos. Pois então, meu pai é assim. Ele acha que a esposa dele é o ser humano mais estúpido na face da terra e que ele é, por sua vez, o mais inteligente. E ele faz questão de deixar isso bem claro. Bom, mas isso é uma outra história e deverá ser contada em outra ocasião.

Depois de ver que dividia o espaço com nove japoneses completamente entrosados entre si, três iraquianos que não me causaram a menor curiosidade e um chileno na casa dos 50 anos, meu olhos se voltaram praquela que eu julgava ser uma amizade em potencial: Maria Fernanda. Nacionalidade: ignorada. Passei a manhã toda analisando o sotaque da menina, as roupas, o cabelo e a desenvoltura pra ver se adivinhava a nacionalidade dela. Nada. A unica coisa que percebi foi o iraniano olhando pra minha cara.

A aula da manhã acabou, fui pra casa, almocei e voltei correndo pra aula da tarde. Vi que os alunos sentaram nos mesmos lugares, então, num ato desesperado, sentei na cadeira vizinha àquela que a tal Maria havia sentado de manhã. Mas quem ocupou a vaga dela foi o iraniano! Gah! Pra aumentar minha felicidade, descobri que ele é o tipo do aluno que fala mais que o professor, daquele tipo tabacudo que quer mostrar que sabe tudo, a qualquer custo.

- Vocês conhecem os numeros?
- OUI OUI OUI!
- Otimo, então vamos passar pra...
- UN! DEUX! TROIS! QUATRE!
- Que bom, vejo que sabem.
- CINQ! SIX! SEPT!
- Ok, então..
- HUIT! NEUF!

E eu la, revirando os olhos.

Eu gostei de finalmente estar saindo de casa, de ter quebrado a rotina, mas acho que as aulas não vão ser bem como eu esperava, porque é dificil ter aulas de francês quando a grande maioria da turma nem sequer tem o mesmo tipo de escrita que a nossa, ocidental. Então, uma das coisas que a professora precisou ensinar ontem foi o alfabeto. E ela escreveu o alfabeto de três maneiras diferentes. Em maiusculo, em minusculo e depois da forma que vem escrito nos livros (a forma do teclado do seu computador). Nada mais natural, afinal, o caderno de cada uma daquelas pessoas, com exceção do meu, do do chileno e do da Maria Fernanda, era cheio de codigos indecifraveis. Japonês e arabe. Então a turma anda na velocidade lesma. Tendo que aprender o basico do basico. Mas enfim, paciência.

Agora vou tratar do meu TCC, porque nem so de França vive Luci.




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