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A vitória da democracia na Venezuela
Editorial do sítio Vermelho:
A autoridade máxima do processo eleitoral venezuelano, Tibisay Lucena, presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, proclamou na última quarta-feira (10) a reeleição do presidente venezuelano Hugo Chávez. O líder bolivariano anti-imperialista e socialista obteve um total de 8.136.637 votos, o que corresponde a mais de 55% dos sufrágios na eleição do último dia 7 de outubro.
O resultado era esperado, considerada a aprovação da gestão do presidente Chávez por mais de 60% da população, a campanha eleitoral combativa e maciça e o entusiasmo com que o povo venezuelano recebeu a mensagem do mandatário: Pátria, independência, reforço do poder popular e socialismo como prioridades e princípios reitores da Revolução Bolivariana no atual período.
O Portal Vermelho acompanhou em Caracas a reta final da campanha eleitoral venezuelana. Sua equipe constatou - presenciando os comícios finais, visitando bairros, entrevistando populares, intelectuais independentes, dirigentes socialistas e comunistas, autoridades governamentais, assim como membros da oposição, e verificando lado a lado dos observadores internacionais, dentro das sessões eleitorais e mesas de votação a legalidade dos procedimentos adotados pelo Conselho Nacional Eleitoral - aspectos que precisam chegar ao conhecimento do público brasileiro para transmitir uma visão que corresponda melhor à realidade do processo eleitoral venezuelano.
Convém aqui abrir um parêntesis. Dois dos principais veículos de comunicação presentes em Caracas envergonharam a corporação “nacional”. A Folha de S.Paulo teve o desplante de estampar na primeira página da edição do último dia 5 de outubro que os presentes no comício de encerramento da campanha do comandante Chávez, realizado na véspera, eram “apoiadores e servidores”. Ora, ali havia milhões de pessoas. Nada menos que oito avenidas inteiras abarrotadas por multidões que vieram de todos os pontos da capital e do país gritar “Chávez, coração!” e atestar que a vitória estava já assegurada. Era uma presença autêntica que nada tinha a ver com vínculos d emprego com o Estado. E – pior – vergonha das vergonhas, ignomínia “nacional”, a repórter da Rede Globo de Televisão dirigiu-se, em mau “portunhol” ao candidato da direita Henrique Capriles Radonski, como “presidente”, durante a coletiva de imprensa que este concedera quando acabara de votar.
Fechado o parêntesis, o que se impõe afirmar neste espaço opinativo resume-se ao seguinte.
Primeiro, o processo eleitoral venezuelano é um dos mais democráticos do mundo. O insuspeito de ser partidário do bolivarianismo e do socialismo chavista, Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, deu declarações dizendo que esse sistema “é o mais democrático do mundo”. Ali não há possibilidade de fraude. Todos os procedimentos eleitorais, do cadastro eleitoral ao escrutínio, passando pela votação em si, foram aprovados sem reservas pelos observadores internacionais e pela própria oposição. Proclamados os resultados, o candidato derrotado Henrique Capriles Radonski incontinenti reconheceu de pronto a vitória do opositor e rendeu-se democraticamente.
Segundo, a Venezuela está evoluindo de uma democracia apenas representativa para uma democracia também participativa, com o reforço do poder popular e da intervenção das massas em todo o processo político.
Em terceiro lugar, o resultado das eleições de 7 de outubro na Venezuela – uma vitória incontestável de Chávez – significa um apoio da maioria do povo venezuelano ao caminho revolucionário percorrido até aqui sob a liderança do presidente, assim como a manifestação do compromisso de seguir adiante para novas e mais importantes conquistas.
Em quarto lugar – e para desagrado dos que creem que o processo em curso da Venezuela é apenas fruto de ações monocráticas e unipessoais – fortaleceu-se o Polo Patriótico – organização frentista de partidos políticos e movimentos – como sujeito político importante a impulsionar o processo revolucionário bolivariano.
A força da Revolução Bolivariana encontra-se também na unidade desta organização frentista. O Grande Polo Patriótico é constituído pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, (PSUV) o Partido Comunista (PCV), Pátria Para Todos, Podemos, Unidade pela Venezuela, Redes, MEP, Tupamaros, IPC, entre outros, e por uma miríade de organizações populares e sindicais. São representações de 28 setores, um total de oito mil movimentos e 34 mil organizações, que atenderam ao chamado do comandante Hugo Chávez: “Todos os que queiram Pátria, venham comigo”, que acabou transformando-se em um dos principais motes da campanha eleitoral.
Vale ressaltar que uma das forças de vanguarda da campanha chavista - o Partido Comunista – deu-lhe meio milhão de votos. O sistema eleitoral venezuelano permite computar quanto o candidato de uma coalizão eleitoral recebe de votos dos eleitores de cada força política, uma lição que deveríamos aprender com modéstia.
Considerados estes aspectos, importa mais agora mirar o futuro.
Fortalecido pelas urnas, o presidente Chávez, ao receber a proclamação de sua vitória pelo Poder Eleitoral venezuelano, destacou que o governo que prossegue sob sua liderança será “de maior avanço, de maiores conquistas, de maior eficiência na transição do capitalismo, do neoliberalismo, ao socialismo”, assim como da implementação de mecanismos para aumentar a eficiência e atender os justos reclamos das massas populares.
O Portal Vermelho – comunista, anti-imperialista e sempre identificado com as posições de Chávez e as linhas da Revolução Bolivariana – deseja êxitos ao presidente reeleito e ao povo venezuelano.
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