Alckmin e o Natal dos metroviários
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Alckmin e o Natal dos metroviários


Por Altamiro Borges

Durante o curso anual do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), em novembro passado, no Rio de Janeiro, um jovem ativista afirmou – com a sua retórica pseudo-revolucionária – que os governos tucanos e petistas agem com a mesma violência contra os trabalhadores. "Eles são farinha do mesmo saco", decretou. Sorte que ele não é metroviário de São Paulo nem tem de enfrentar o autoritarismo de Geraldo Alckmin. Na véspera do Natal, o grão-tucano – candidatíssimo à sucessão presidencial em 2018 – voltou a demitir 23 trabalhadores que participaram da greve do Metrô em junho passado.   

Na paralisação, que durou cinco dias e teve ampla adesão da categoria, o governo paulista abusou da truculência. Soldados da tropa de choque da PM chegaram a invadir estações, jogando bombas de gás e distribuindo bordoadas. Além de se recusar a negociar com o Sindicato dos Metroviários, Alckmin demitiu várias lideranças grevistas. Através de uma ação na Justiça, a entidade conseguiu garantir a reintegração no final de setembro – fato que foi festejado pela categoria. Mas neste 24 de dezembro, o Metrô voltou à carga e dispensou os metroviários. Baita presente de Natal!

Para o advogado do sindicato, Denis Lantyer, a decisão da estatal é “arbitrária”, pois o despacho nem foi publicado porque o judiciário entrou em recesso no mesmo dia. “O Metrô não podia agir ainda. Nós vamos recorrer, ainda durante o recesso, porque isso está errado”, afirmou em entrevista ao repórter Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual. Na avaliação da direção sindical, ligada ao Conlutas, a nova demissão é mais uma tentativa de intimidar os trabalhadores, usando de “tortura psicológica”. “É uma prática covarde. Parece que foi pensado para humilhar o trabalhador", afirma o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes Alcazar.

A visão autoritária do governador Geraldo Alckmin não tem limites. Quando das demissões em junho, o juiz Thiago Melosi, da 34ª Vara do Trabalho, concedeu liminar de reintegração alegando que não havia provas de que os grevistas tivessem cometido qualquer abuso no seu direito de greve. Mas o tucano não respeita este direito constitucional e insiste nas suas arbitrariedades. E ainda tem gente que acha que "tucanos e petistas são farinhas do mesmo saco". Haja cegueira política!

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