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Alckmin destila ódio contra grevistas
Por Altamiro Borges
A greve dos metroviários paulistas confirma a força estratégica desta reduzida categoria, com 8,6 mil trabalhadores. Ela paralisou totalmente o maior centro urbano do país. Diante do seu êxito, o governador Geraldo Alckmin revelou, mais uma vez, toda a sua truculência. Desconhecendo a massiva adesão ao protesto, o tucano acusou os grevistas de “irresponsáveis” e disse, cinicamente, que a paralisação “é um movimento político-partidário de um grupelho radical”.
Desde o início da campanha salarial, o Sindicato dos Metroviários insistiu no caminho da negociação. Mas todas as portas foram fechadas ao diálogo pelo Palácio dos Bandeirantes. Nem sequer a proposta de conciliação feita na noite de ontem pela Justiça do Trabalho foi aceita pelo governo. Na prática, o truculento Alckmin é o maior responsável pelos transtornos gerados na cidade.
Aposta na radicalização
Os metroviários reivindicam 5,13% de reposição salarial, aumento real de 14,99%, reajuste nos valores do vale-alimentação e do vale-refeição, jornada de 36 horas semanais de trabalho e reintegração dos 61 demitidos em 2007, entre outros itens. A direção do Metrô, porém, ofereceu apenas 1,5% de aumento real e regateou também sobre as demais reivindicações.
Para evitar que a população ficasse sem transporte, o sindicato chegou a propor a liberação das catracas do metrô. Mas o ideia foi rejeitada de imediato pelo governo paulista, que apostou no confronto e no tumultuo. Cerca de 4 milhões de paulistanos foram afetados pela paralisação e o congestionamento na cidade bateu recorde, atingindo 210 quilômetros.
Segundo notícias da Agência Brasil, durante a madrugada os soldados da PM investiram com violência para dispersar usuários dos trens em frente à Estação Corinthians-Itaquera, na zona leste da capital. “Raquel dos Santos, de 31 anos, criticou a forma como os policiais agiram. ‘Somos trabalhadores. Não somos bandidos’, protestou”.
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