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¨Não somos palhaços" |
Editorial do jornal Brasil de Fato:O massacre, ocorrido na sede do jornal satírico Charlie Hebdo, dia 7 de janeiro, em Paris, que provocou a morte de 12 pessoas, é um crime horrível e inaceitável. Além da nossa solidariedade e apoio aos familiares e amigos das vítimas, merece o repúdio de todos. Os motivos e as causas desse crime abominável devem ser esclarecimento à sociedade. E que a verdade venha à luz para que essas práticas criminosas sejam coibidas definitivamente.
Que não se repitam as lacunas e os mistérios que envolvem o 11 de setembro de 2001, nos EUA. Daquele acontecimento sabe-se apenas que ele justificou as guerras e ações militaristas do império estadunidense em todas as partes do planeta. Além de surgir um inimigo necessário, a Al Qaeda ou o terrorismo internacional, que o imperialismo sentia falta desde o fim do bloco soviético. É polêmica a linha editorial de humor do semanário francês.
Para uns, sua linha editorial fortalecia as bandeiras progressistas, contra o racismo e as guerras. Engajava-se nas campanhas políticas do Partido Comunista Francês e da Frente de esquerda. Preocupava-se com a extrema-direita crescente na Europa e, especialmente, na França com as bandeiras políticas da família Le Pen, pai e filha.
Para outros, as charges eram ofensivas, rasas, flertando com a prática de zombar do Islã e alimentar os preconceitos dos franceses contra a comunidade muçulmana. A própria esquerda francesa fazia críticas há muitas charges publicadas, que alimentavam o racismo e a islamofobia, servindo de combustível para os grupos de influência da extrema-direita.
Não se trata, frente ao massacre, analisar a linha editorial do Charlie Hebdo. Ao adotá-la, exerceu o seu direito de liberdade de expressão. E, menos ainda, somar-se com os que advogam que suas charges, ao atrair a ação dos criminosos, foram responsáveis pelas mortes e, portanto, as próprias vítimas são as culpadas pelo massacre. Nenhum ser humano deve ser assassinado por causa de suas ideias.
As forças retrógradas e mais conservadoras, tanto da Europa quanto daqui, não poupam esforços para se apropriar do acontecimento e fortalecer suas propostas políticas. Na França, os ataques à comunidade muçulmana aparecem como uma das principais plataformas do discurso das próximas eleições presidenciais.
De olho na parcela dos franceses vulneráveis ao discurso do perigo da islamização da Europa, Marine Le Pen, candidata às próximas eleições presidenciais, não hesitou em buscar os holofotes da mídia para dizer: “A nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada”.
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