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AS MULHERES, OS QUADRINHOS E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
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Sun Girl - 1948 |
Há mais ou menos uns três anos eu comecei a pesquisar as mulheres nos quadrinhos da década de 1940, nos EUA. Obviamente, eu esperava encontrar referências à II Guerra Mundial. À medida em que fui me aprofundando (e olhe que eu ainda não me aprofundei o suficiente), fui descobrindo um material muito abundante, tão abundante que estou sempre me surpreendendo com a extensão da produção de quadrinhos tanto com temas de guerra, quanto com a presença feminina. |
Miss Espionage - 1944 |
A princípio eu me concentrei nas personagens criadas por mulheres, mas nunca descartei as demais produções, até porque a indústria dos quadrinhos era majoritariamente formada por homens. E isso foi muito bom, de duas formas. Primeiro eu pude perceber que as coisas não são tão preto e branco como muitas pesquisadoras e pesquisadores pintam.
Há uma grande área cinza presente na forma como as mulheres são representadas, das heroínas às simples coadjuvantes. Se, por um lado, temos homens com uma visão machista e sexista das mulheres de outro há mulheres que reproduzem a mesma visão. O machismo não é exclusivamente masculino, nem seu oposto.
Um segundo ponto é que homens e mulheres, independentemente da visão de mundo que possuem, acabam chegando a um acordo. Eles contam a história de uma forma muito parecida, reproduzem estereótipos e, em certos momentos, chegam às mesmas conclusões. Em maior ou menor grau a ideologia antinazista e o discurso em defesa da liberdade é um ponto comum, um ponto de união.
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Miss America - 1944 |
A década de 1940 aproxima homens e mulheres que não podem ser resumidos a uma visão simplificada de gênero. As relações de gênero desse período em especial são marcadas pela mesma diversidade que caracteriza os quadrinhos e seus personagens.
E isso é bacana!
Procurar entender essa diversidade ajuda construir uma História das Mulheres que não vai excluir os homens, mas que vai compor um quadro mais amplo da participação feminina na História. Os quadrinhos são uma ferramenta para atingir esse objetivo.
Dessa forma, quando estudo personagens femininas ou as cartunistas que tiveram destaque nesse ou outro momento da História não estou fazendo isso por mera curiosidade ou estou sendo exótica: estou fazendo História, História das Mulheres usando uma fonte legítima de pesquisa que vai me ajudar a entender desde as relações de força até as ideologias presentes no pensamento contemporâneo.
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