Atos contra o governo encolhem no Brasil
Geral

Atos contra o governo encolhem no Brasil


Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Por Marcelo Pellegrini, na revista CartaCapital:

Ao contrário do que os movimentos organizadores dos atos anti-governo esperavam, as manifestações deste domingo 12 foram bastante menores do que as ocorridas no dia 15 de março. Com protestos em 24 estados e no Distrito Federal, 700 mil pessoas saíram às ruas para protestar contra o governo Dilma, segundo a Polícia Militar. O número é a metade do estimado no ato de março, quando 1,4 milhão de pessoas se manifestaram, segundo a PM.

Diante disso, o governo federal e o Diretório Nacional do PT decidiram alterar a estratégia de comunicação e anunciaram que não irão se manifestar sobre os protestos deste domingo 12. Após as manifestações do dia 15, o governo escalou dois ministros petistas, José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rosetto (Secretaria-Geral da Presidência), para conceder uma entrevista coletiva, na qual defendiam que os protestos eram formados, majoritariamente, por quem não votou na presidente. A estratégia de diminuir a importância dos atos ao relacioná-los com um revanchismo eleitoral foi considerado um erro por assessores da presidenta Dilma.

Assim como ocorreu no ato de março, os principais focos dos protestos continuaram sendo em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro e foram convocados pela internet e pelo Whatsapp pelos movimentos Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados Online. Desta vez, no entanto, o número de manifestantes foi a metade do ato anterior e em cidades como São Paulo foi um quarto do que o observado no mês anterior, segundo a PM.

Embora menor, os atos aglomeraram um número importante de pessoas que rejeitam o governo Dilma e pedem por sua saída do poder. A maior manifestação anti-governo ocorreu novamente em São Paulo, principal reduto do partido da oposição ao governo, o PSDB. Na capital paulista, 275 mil pessoas ocuparam a avenida Paulista, estima a Polícia Militar (PM). O instituto Datafolha registrou 100 mil manifestantes. A polêmica entre Datafolha e PM em relação às medições de público já havia ocorrido na manifestação do dia 15. No ato de março, a PM havia estimado a presença de 1 milhão de pessoas, enquanto o instituto Datafolha havia aferido 210 mil manifestantes.

A segunda capital com o maior número de manifestantes foi Porto Alegre. Na capital gaúcha, a Polícia estimou 35 mil pessoas no protesto, enquanto no dia 15 de março 100 mil haviam saído às ruas, segundo a PM, ou 60 mil, segundo os organizadores. Em Brasília, os protestos encolheram de 45 mil, em março, para 25 mil pessoas neste domingo 12. No Rio de Janeiro, as manifestações em Copacabana caíram de 15 mil para 10 mil, na comparação entre os atos de março e abril.

Ações de hostis por partes dos manifestantes também voltaram a se repetir em diferentes cidades neste ato. No dia 15 de março, a equipe de CartaCapital foi hostilizada pelo grupo Movimento Brasil Livre (MBL), um dos organizadores dos atos. Neste domingo, as hostilidades ocorreram, em São Paulo e no Rio de Janeiro, contra duas senhoras que empunhavam cartazes a favor do governo Dilma.

Em São Paulo, Kim Kataguiri, um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), fez apologia ao crime durante seu discurso ao defender que "o PT tem que tomar um tiro na cabeça", segundo a IstoÉ.

A algumas quadras do carro de som do MBL, na avenida Paulista, estavam os movimentos que defendiam o impeachment da presidenta pela intervenção militar, como o SOS Forças Armadas. Na sexta-feira 10, integrantes do MBL entraram com uma liminar na Justiça pedindo que seu carro de som ficasse a 400 metros de distância de movimentos pró-intervenção militar.

Apesar das discordâncias entre os movimentos, todos se unem em torno das palavras de ordem "Fora Dilma" e "Fora PT". A pauta de discussão, no entanto, é difusa e segue sem haver consenso sobre o que deveria acontecer após um possível impeachment ou sobre a necessidade de um reforma política.

Dois dias antes da manifestação deste domingo, o MBL havia dito que esperava uma mobilização "ainda maior", o que não se concretizou. Não está claro, contudo, as razões para a queda do poder de mobilização destes movimentos. Uma pesquisaDataFolha, realizada durante o protesto do dia 15 de março, revelou que 91% das pessoas presentes disseram não ter ligação com nenhum dos grupos organizadores. Entre os que declararam ter ligação, 3% disseram fazer parte do Vem pra Rua, 2%, do Revoltados Online, e 1%, do MBL, entre outros menos citados.




- Protestos Contra Governo Reúnem Mais De 1,2 Milhão Em 23 Estados E Df
Ao menos 1,2 milhão de pessoas protestaram contra o governo federal neste domingo (15) em pelo menos 23 Estados do país, além do Distrito Federal, sem registro de incidentes até o momento. Muitas cidades têm protestos marcados para esta tarde. O...

- Hoje Dia 12 De Abril De 2015, Brasil Volta As Ruas Em Protestos Contra Dilma E Corrupção
           Kim Kataguiri (MBL) Menos de um mês depois de enfrentar o maior protesto popular da democracia brasileira, a presidente Dilma Rousseff volta neste domingo a ser alvo de uma série de manifestações contrárias...

- Avenida Paulista Será Interditada Nesse Domingo Dia 12 Para O Protesto Contra O Governo Dilma
Com a adesão de novos movimentos ao protesto contra a presidente Dilma Rousseff marcado para o dia 12 de abril, o comando da Polícia Militar de São Paulo planeja interditar um espaço maior para a realização do ato em comparação àquele destinado...

- Manifestações, Av Paulista Tem Mais De Um Milhão De Pessoas Contra Dilmau
Rio de Janeiro Manifestantes começaram a se concentrar no início da tarde deste domingo (15) no Centro do Rio para um segundo protesto antigoverno. O local escolhido para a segunda manifestação foi em frente à igreja da Candelária. Segundo policiais...

- Apesar Da Mídia, Marcha Golpista Reflui!
Por Altamiro Borges A mídia tucana bem que se esforçou ao máximo. Nos últimos dias, percebendo a queda do interesse nas redes sociais pelas marchas golpistas marcadas para domingo (12), ela tratou de produzir factóides contra o governo. As manchetes...



Geral








.