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BLOG SUBINDO NO TELHADO E 23 ANOS DE AMOR
Ontem o maridão e eu comemoramos 23 anos que nos conhecemos. É muito, muito tempo.
Tô com preguiça de fazer um post sobre como foi nosso primeiro encontro, porque já escrevi sobre isso várias vezes. Inclusive pro post do ano passado eu consegui localizar fotos de quando éramos jovens.
Desta vez peguei duas de quase dez anos atrás (acho, não tenho certeza, que são de 2004), quando ainda morávamos em Joinville.
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Silvinho e eu em Joinville. As outras fotos são recentes. |
E, apesar de eu falar disso todo santo ano (e nem eu me lembro o que escrevi em cada ano), ainda tem gente que acha que o maridão é fake! Puro figmento da minha imaginação! Ou alguém que eu adiciono nas fotos usando photoshop. Eu ia publicar este post ontem, mas, como esta semana será incrivelmente ocupada, decidi deixar pra hoje.
Sexta conversei com o maridão sobre como minha vida seria tranquila sem o blog. Como eu teria tempo pra dormir, ler, brincar com os gatinhos, escrever artigos acadêmicos, fazer ginástica, sair, se eu não passasse tantas horas por dia na internet. Certamente seria uma outra vida. E seria tudo tão pacífico! Na vida real eu não recebo ameaças de morte, não sou xingada, não sou cobrada a falar sobre tudo, não sou equiparada a estupradores ao defender direitos humanos.
Meus haters pensam que sou uma pessoa com ego gigantesco. Acho que nem leem o que escrevo. Pra ser franca, eu não tenho muita vaidade. Na conversa com o maridão, falei sobre o que mudaria se eu encerrasse o blog e deixasse de ser uma sub-sub-sub celebridade. Provavelmente parariam de me chamar pra dar palestras. É legal, eu gosto, as pessoas me tratam super bem ao vivo, mas cansa viajar tanto.
E, se eu quisesse participar de mesas redondas, faria como quase todos os professores universitários fazem -- me inscreveria pro evento (além do mais, o que conta mesmo na vida acadêmica é publicação). Será que eu sentiria falta de dar entrevistas? Faz-me rir, duvido que alguém realmente goste de ser entrevistado, ainda mais por uma mídia que tantas vezes faz as mesmas perguntas e, de brinde, distorce o que a pessoa responde.
Livros? As pessoas publicam livros sem precisar de um blog. E livro não dá dinheiro pra quase ninguém. Já publiquei dois. Se nunca mais publicar nenhum, não ficarei triste.
O que mais de bom eu perderia se largasse o blog e ficasse a uma distância segura da internet? Perderia contato com muita gente legal que conheci, é verdade. Abriria mão de muita informação, muito aprendizado também. É, talvez seja impossível hoje em dia ficar longe da internet. Mas as pessoas sobrevivem numa boa sem ter um blog, né? Em uma semana, três no máximo, ninguém mais falaria de mim. Nem pro bem, nem pro mal.
Conversei sobre tudo isso com o maridão, e ele fez o que todo companheiro solidário deve fazer: me deu apoio incondicional pra que eu faça o que quiser. Ainda não decidi.
E não é por causa desses ataques (opa, ataques não, críticas construtivas) dos últimos dias não. Quarta retrasada, um dia antes de viajar pra passar uma semana deliciosa na Paraíba, minha paciência atingiu níveis estratosféricos.
Já pela manhã uma feminista, do nada, decidiu me atacar pelo twitter. Juro que não me lembro nem quem era e nem a causa do ataque (talvez ela só tenha acordado num mau dia). Pouco depois, a ameaça mais recorrente: algum mascu anônimo no Twitter me comunica que não só sabe meu endereço residencial completo (é, eles sabem, faz tempo), como também todos os dados do meu carro (aliás, está à venda: alguém quer comprar?).
E emenda que eu sou uma Maria Gasolina, porque o carro tá no mome do maridão (é, eu só estou com o Silvinho por causa de um Uno Mille 2008, e só me interessei por ele por conta do Chevette 78 que ele dirigia quando nos conhecemos).
À noite, ainda na quarta, ataques de feministas. Desta vez porque alguém me contou de uma treta numa Marcha das Vadias. Um rapaz que me segue no Twitter disse que o organizador de uma marcha (um só, um homem? As informações eram muito confusas e inconclusivas) havia agredido uma menina, e se eles podiam publicar alguma coisa no meu blog contra isso. Eu respondi que sim, mas que queria ouvir a organização da marcha. Pronto. Fui acusada de não acreditar na vítima (que eu ainda nem tinha ouvido!). Diante das agressões, eu comuniquei que ok, não quero me envolver nessa treta. Pronto! Eu não tenho empatia!
E, pra fechar à noite com chave de ouro, algum outro mascu anônimo veio dizer que meu marido é um parasita que só está comigo pelo dinheiro (ué, não era eu que só estava com ele pelo carro? Decidam-se! Eu fico confusa!).
Quer dizer. Pelo menos quatro ataques gratuitos, ridículos, baixos, de gente ou grupos que talvez nem se conheçam entre si. E esse não é um dia incomum! Nessas horas eu fico pensando: por que aguentar isso? Ainda por cima, me cobram uma paciência do Dalai Lama. Não posso me exaltar, não posso mandar essa gente catar coquinho (é, esses são os termos inocentes que uso. A última vez que pedi pra uma feminista -- acho que ela é feminista -- "dar um tempo", a acusação foi que eu quis calá-la!). E, ao mesmo tempo em que eu tenho que ser uma lady, meus desafetos falam o que querem, inventam as maiores mentiras, difamam mesmo.
Se eu respondo, estou sendo barraqueira. Se não respondo, estou sendo covarde. Se reclamo, estou me vitimizando. Não tem como ganhar. E o pior é que eu sei que não é pessoal. Se eu não tivesse um blog com uma certa visibilidade, se eu não existisse, essas mesmas pessoas iriam atacar outra. Não sei se é falta do que fazer, se a internet é muito agressiva, se esses grupinhos atacam pra assim se sentirem unidos.
Creio que mascus, humoristas do CQC, e outros machistas genéricos ficariam felizes com o fim das atividades de um blog feminista com umas 300 mil visitas por mês. Mas outras feministas? É meio estranho.
Bom, ainda não sei. Já tive antes outras crises de "Vale a pena isso tudo?", e continuei. O maridão recomendou que eu tirasse férias do blog. Também não sei. Talvez isso tudo seja um anúncio de que meu bloguinho de 5,5 anos esteja subindo no telhado.
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