Geral
Boa resposta - ANTONIO DELFIM NETTO
FOLHA DE SP - 28/08
Parte importante das tensões sentidas pela economia mundial, na última quarta-feira, resultou da confusão produzida pela divulgação da ata da reunião do Fed de 30/31 de julho. Afinal, do que se trata?
A economia dos EUA dá sinais de que está se recuperando. O crescimento do PIB em 2013 será um pouco abaixo de 2%. A inflação anual é menor do que 2%. Há uma redução dos déficits fiscal e de conta-corrente em relação ao PIB. Tudo isso com estímulo fiscal negativo.
O que sobrevive é a política monetária pela qual o Fed compra, todo mês, nada menos do que US$ 85 bilhões em papéis no mercado, o que mantém a taxa de juros real dos EUA em torno de zero e tende a desvalorizar o dólar em relação às outras moedas.
O que esperar quando esse laxismo monetário começar a ser reduzido? O efeito contrário: um aumento da taxa de juros real e uma valorização do dólar.
Como é natural, a cada reunião do Fed o mercado tenta prever quando isso começará. Há uma excitação da economia mundial, porque isso produzirá uma reorientação do movimento dos capitais. Antecipa, assim, uma desvalorização de todas as moedas dos países emergentes, o que dá origem a um dramático e legítimo movimento especulativo.
É a segunda vez, em três meses, que as esperadas atas do Fed provocam graves distúrbios no mercado financeiro internacional. Com toda a franqueza, é preciso reconhecer que a última ata não disse nada que o mercado já não soubesse e não forneceu nenhuma indicação de que o próprio Fed saiba um pouco mais do que já sabia. O que resta ao "mercado", portanto, é continuar especulando...
No Brasil, o efeito mais visível daquelas tensões revelou-se no nervosismo do mercado cambial. A taxa de câmbio deu a impressão de que estava fora de controle e assistimos a uma queda dos preços dos papéis do Tesouro devido à alta da taxa de juros, que induziu os investidores a mudarem seus portfólios.
As respostas das autoridades monetária e fiscal foram prontas e adequadas. A Secretaria do Tesouro recomprou papéis para dar saída menos onerosa aos seus portadores. O Banco Central fez intervenções para reduzir a volatilidade, sem se comprometer com a defesa do nível da taxa.
A decisão de dar liquidez diária e assumir o papel de fornecedor de "hedge" para o mercado de câmbio, como já fez no passado em outros momentos delicados, foi correta, transparente e sinalizadora. Em princípio, deve ser suficiente para tranquilizar o mercado.
Por fim, o fato de o real ter sido a moeda que mais se desvalorizou no episódio é irrelevante. Foi a moeda que mais se valorizou ao longo dos anos, como consequência da política oportunística de usar o seu valor no controle da inflação.
-
Ano Novo, Real Fraco, De Novo - Vinicius Torres Freire
FOLHA DE SP - 03/01 Mercado deu o tom do que será o câmbio; governo tem de ser hábil para evitar acidentes com o dólar DÓLAR A R$ 2,40 foi um aperitivo forte demais para o início de 2014, mas esse vai ser um dos sabores do ano. Resta saber qual...
-
Guinada Na Política Cambial - Roberto Giannetti Da Fonseca
O Estado de S. Paulo - 03/07/2013 Em viagem recente ao Japão, tive a oportunidade de discutir com amigos japoneses, lideranças empresariais e autoridades locais a fantástica guinada de política econômica que está sendo chamada de Abenomics e cujos...
-
Ressaca Monetária - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 21/06 Dólar sobe no mundo todo após anúncio de reviravolta do Fed, e efeito no Brasil se agrava com as deficiências da política econômica de Dilma Se o governo Dilma Rousseff antes perdia o sono com o "tsunami monetário" --como caracterizava...
-
Esperando Brasília - Cristiano Romero
Valor Econômico - 19/06 A iminência do início da normalização da política monetária dos Estados Unidos continua fazendo estragos nos mercados mundo afora e no Brasil em particular. Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),...
-
Crescimento Mais Difícil - Antonio Delfim Netto
Valor Econômico - 28/05 É cada vez mais evidente que para devolver à economia brasileira a capacidade de crescer robustamente temos de resolver um problema muito complicado que foi criado ao longo de vários anos. Agravou-se brutalmente depois da crise...
Geral