Bomba demográfica
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Bomba demográfica



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

O jornal O Globo estampa em sua página: “Expectativa de vida subiu 11 anos desde 1980”. A expectativa de vida do brasileiro alcançou 73,48 anos em 2010, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. Com os avanços da medicina mundial e com o crescimento econômico, os brasileiros podem viver mais tempo, apesar de ainda estarmos distante da média dos países mais desenvolvidos.

A contrapartida desta boa notícia é o aumento do rombo na Previdência Social. Com os brasileiros cada vez vivendo mais, e com um modelo de aposentadoria ineficiente, o tamanho do buraco à frente só tende a crescer. Hoje, a demografia ainda joga a favor, pois o Brasil é um país jovem. Mas este “bônus demográfico” não será eterno. Em coisa de uma década, a fotografia já será muito diferente. Teremos uma quantidade bem maior de aposentados em relação à população economicamente ativa. As contas previdenciárias serão insustentáveis com base no modelo atual.

O problema é que mexer em algo cujo impacto negativo ocorrerá apenas dentro de uma década exige a postura de um estadista, que foca nas próximas gerações e não nas próximas eleições. Não é razoável esperar tal postura deste governo, que já deu inúmeras provas de ser extremamente populista e só pensar na perpetuação do poder, custe o que custar. Em outra reportagem de O Globo, por exemplo, o jornal destaca: “Transferência de renda é gasto que mais cresce”.

Este é um governo que não faz reformas estruturais, que não investe nem facilita a vida dos investidores, e que criou uma bomba-relógio com seus mecanismos populistas de transferência de renda e crédito. Para piorar, fomos lançados de volta no tempo pelo ministro Guido Mantega, com pacotes quase semanais no afã de controlar todas as variáveis econômicas de cima para baixo. Surfamos a onda chinesa com o auxílio da abundância de capital no mundo, mas não fizemos nada para colocar a economia em uma trajetória sustentável de elevado crescimento.

O custo do desgoverno petista não será alto apenas no quesito da ética, com um grau de corrupção nunca antes visto na história do país (o Brasil ocupa a 73ª posição em uma lista composta por 183 países no ranking de corrupção da ONG Transparência Internacional). O custo será econômico também. Os míopes ainda não conseguem enxergar isso, pois só olham as árvores, mas não a floresta.

Quando a economia chinesa desaquecer de forma mais acentuada, quando o custo do capital voltar a subir no mundo, ou quando nossa demografia deixar de ser tão favorável, aí a tragédia grega vai parecer brincadeira de criança perto da crise que o Brasil enfrentará. As sementes foram plantadas pelo governo petista.




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