BORDOADAS CARINHOSAS PARA CRÍTICOS DE CINEMA
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BORDOADAS CARINHOSAS PARA CRÍTICOS DE CINEMA


Ataque dos clones

A crônica abaixo eu escrevi há uns sete anos, pelo menos. Talvez mais. Acho que vem a calhar com o que falei ontem, sobre como escrever resenhas críticas, que é o que tentei ensinar no estágio da sexta série. E também porque fiquei chateada com o que me aconteceu esta semana. Estou quase terminando o doutorado, você sabe. E gostaria muito de dar aula em alguma faculdade no semestre que vem. Numa entrevista, ouvi que há resistência ao meu nome por causa das minhas críticas de cinema. Pode isso? A pessoa disse que minhas críticas não têm teoria. Eu quis saber qual crítica de cinema pra jornal tem teoria, já que não há espaço ou público pra isso. Então ela disse que eu me exponho demais no que escrevo. Pô, quer dizer que onze anos de uma coluna semanal num jornal de grande circulação em SC contam contra mim, não a favor? Fiquei sem compreender qual a resistência contra a minha contratação: o meu estilo nas críticas, que certamente é fora do comum e não agrada a todo o mundo, ou meu estilo de me declarar abertamente feminista e de esquerda. E às vezes sou ingênua: eu pensava que era bom escrever de um jeito diferente. Agora me dou conta que bom é ser igualzinho aos outros, indistinguível. Um clone.
De qualquer
jeito, concordo com o Matt Groening. E ueba, encontrei o cartoon! (quem sabe você prefira ler a crônica abaixo antes, pra entender do que diabos estou falando).Cartoon do Matt sobre críticos (clique para ampliar).

Pouca gente sabe, mas, além dos oito leitores destas minhas crônicas, também tenho outros cinco por causa do Anexo, onde escrevo sobre cinema. Se eu sei somar direito, isso dá um total aproximado de 13 pacientes leitores! Um recorde! Claro que os leitores daqui não são os mesmos das críticas cinematográficas, o que é facilmente explicável – se já é difícil me aturar em um espaço, em dose dupla deve ser impossível.
Eu entendo. Bom, toda essa lenga-lenga é só pra introduzir que li na internet um cartum chamado "Como ser um crítico esperto de cinema", do Matt Groening, criador dos Simpsons. O desenho é muito fofinho e feroz. Atira pra todos os lados. Eu me identifiquei em várias questões. Uma delas é: "Você está qualificado pra ser um crítico inteligente? Você saliva com o prospecto de gastar uma carreira inteira escrevendo análises profundas de filmes para semi-analfabetos de 15 anos?". (A tradução é minha, sorry). Ah, antes de me mandarem ameaças de morte, esclareço que a opinião sobre a habilidade de leitura dos adolescentes é do Matt, não minha. Pois é, mergulhar em interpretações complicadas ao enfocar os filmes atuais já parece uma piada, e tem crítico (e público) que não se dá conta disso. Aí os experts enchem seus textos de jargões para esconder que eles estão tratando de uma porcaria qualquer. Porque, se a gente pensar bem, a produção cinematográfica de hoje está abaixo (ou acima, sei lá) da crítica. Até parece que o teen que vai ao cinema com sua turma pra ver Scooby-Doo está preocupado com o que um crítico vai achar da sua diversão. Pros profissionais da erudição, o Matt tem uma pergunta: "Só para críticos avançados: você consegue usar a palavra mise-en-scène num texto que alguém lerá até o fim?".
E, finalmente, Matt, o demolidor, encerra com mais uma provocação: "Se você não pode ser um crítico de cinema, talvez você possa ser um desses histéricos que escrevem cartas iradas para críticos inteligentes". Ui! Doeu!




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