Bullying Ideológico
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Bullying Ideológico


Rodrigo Constantino

Uma das coisas mais importantes que os liberais e conservadores precisam desmascarar na esquerda é sua mania de monopolizar as virtudes, os fins nobres. Considero isso da maior importância, e já escrevi um artigopara o GLOBO sobre o assunto. Por isso gostei muito do livro Bullies: How the Left’s Culture of Fear and Intimidation Silences Americans, de Ben Shapiro. Ele trata exatamente dessa tática pérfida da esquerda.

O mais impressionante, como mostra o próprio autor, é o poder de inversão dos fatos por parte da esquerda, tudo na maior cara-de-pau. Os maiores praticantes de bullying ideológico acusam os demais de fazerem exatamente aquilo que eles mesmos fazem. São alunos de Lênin: aprenderam a acusar o inimigo diante de um espelho. E o pior é que costuma colar.

A campanha de reeleição de Obama apelou justamente para esta estratégia. Toda crítica ao presidente, que tinha um péssimo histórico para mostrar no primeiro mandato, era vista como bullying, enquanto o verdadeiro bullying era praticado pelos apoiadores de Obama. O uso da força, da coerção ou da pressão do politicamente correto foi utilizado para calar os críticos, intimidá-los, fazê-los recuar.

Em alguns casos, a pressão não era somente o ataque coordenado na grande imprensa, mas sim um sujo jogo de destruição da carreira de quem ousasse criticar duramente a gestão de Obama ou alguma de suas importantes bandeiras. Boicote aos produtos, ameaça de retirar anúncios, todo tipo de intimidação foi usado para que empregadores não tolerassem funcionários que fossem muito críticos ao governo, ou que rejeitassem os principais itens da agenda esquerdista.

O uso de rótulos e adjetivos tem sido bastante comum também. Se você não concorda com os meios pregados pela esquerda, você só pode ser contra os nobres fins proclamados. Não é um multiculturalista que rejeita a noção de excepcionalidade da América, então é um “islamofóbico” ou um “nazista”. Não aplaude traidores que rasgam contratos e se voltam contra as instituições que os empregavam, ou não endeusa desertores que abandonam as Forças Armadas, então não é um patriota verdadeiro.

A esquerda conseguiu fazer com que muitos americanos acreditassem que a simples crença na superioridade de seu país fosse sinônimo de perigosa intolerância com as demais. É por isso que tanta gente que queimava a bandeira americana passou a ser vista como patriótica, enquanto aqueles que lutavam no exterior contra regimes totalitários de esquerda passaram a ser vistos como inimigos da liberdade e da “tolerância”.

A esquerda usa sua mentalidade de vitimização das “minorias” para fazer bullying ideológico contra os liberais e conservadores também. A cartada racial foi bastante usada na época de campanha de Obama. Se você critica o presidente, deve ser porque é racista. A coisa ficou tão fora de controle, que hoje vivemos o racismo reverso: aquele que simplesmente defende a igualdade perante as leis, rejeitando, portanto, o regime de cotas e as ações afirmativas, corre o risco de ser tachado de racista.

Há ainda o bullying de classe, de gênero, de preferência sexual, de credo religioso, climatológico etc. Ele sempre parte de um duplo padrão de julgamento: aquilo que vale para um lado, não vale para o outro. Se você simplesmente acredita que o estado não deve se meter no assunto sexual dos indivíduos, e por isso mesmo é contrário ao avanço estatal, com sua agenda sexista, em idades cada vez mais precoces nas escolas públicas, então você é um “reacionário”, um “moralista” ou um “crente fanático”. Progressista deve aplaudir professores ensinando como é legal e moderno todo tipo de relação sexual para crianças com 8 anos de idade...

Em resumo, a esquerda gosta de “vencer no grito”, de fugir do debate de ideias calcado em argumentos e reduzir tudo ao ataque às intenções dos outros. Se você não abraça a mesma agenda, você só pode ser contra as minorias, os pobres, a liberdade. Nada mais falso! Infelizmente, a tática costuma funcionar. O outro lado se sente intimidado, e recua, deixando o espaço livre para aqueles que monopolizam as virtudes. Isso precisa mudar. Por isso o alerta de Shapiro é tão importante: os valentões não param com a intimidação até alguém resolver combatê-los, enfrentá-los. Nesse momento, eles se mostram os covardes que realmente são.




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