CASO ELOÁ
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Julgamento de Lindemberg é interrompido; réu será ouvido amanhã




 FONTE FOLHA DE SÃO PAULO
O julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a namorada Eloá Pimentel em 2008, foi interrompido por volta das 23h10 desta terça-feira após uma polêmica envolvendo a advogada do réu, Ana Lúcia Assad.
Após o fim do recesso, durante o qual a advogada Ana Lúcia Assad criticou o trabalho da imprensa, a advogada pediu para registrar em ata os protestos feitos à juíza por conta de perguntas que haviam sido negadas. Segundo ela, seus protestos não estavam sendo registrados.
Ela também perguntou se poderia ter acesso a transcrição de todos os depoimentos dados perante os jurados antes dos debates entre defesa e acusação.
A promotora Daniela Hashimoto pediu então para registrar na mesma ata que o sistema de registro do julgamento -- a estenotipia-- registra todas as falas, inclusive o protesto das partes.
A advogada de Lindemberg pediu novamente um novo registro na ata, onde reafirmou o que havia dito à imprensa, que estaria sendo hostilizada por conta de "falsas informações" divulgadas por jornalistas. Assad chegou a exibir dois coletes à prova de bala, dizendo que "temia por sua vida".
A promotora voltou a registrar que a reclamação sobre o sistema de registro dos depoimentos havia sido previamente acordado e dizendo estranhar que a reclamação só surgiu após o fim do segundo dia de julgamento.
Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress
A advogada Ana Lúcia Assad durante o julgamento
A advogada Ana Lúca Assad durante o julgamento
Por fim, a juíza Milena Dias registrou na ata que a defesa havia concordado com o sistema, e que a lei não prevê a transcrição dos depoimentos antes dos debates, afirmando que a ata do julgamento será lida pela defesa e acusação antes de ser encerrada.
A juíza ainda disse que eventuais problemas de segurança fora das dependências do fórum devem tratadas com as autoridades competentes.
A polêmica dos registros na ata durou cerca de quarenta minutos e por conta do horário, a juíza decidiu suspender os trabalhos até amanhã às 9h, quando deve falar o réu Lindemberg.
André Monteiro/Folhapress
Plenário onde ocorre o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes em Santo André, na Grande São Paulo
Plenário onde ocorre o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes em Santo André, na Grande São Paulo
RELEMBRE O CASO
Eloá Pimentel, 15, foi rendida pelo ex-namorado no dia 13 de outubro de 2008 e mantida em cárcere privado por mais de cem horas dentro do apartamento em que morava em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André.
Na ocasião, a adolescente estava em companhia de três amigos --dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.
O desfecho do caso ocorreu na noite do dia 17 de outubro quando a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel. A acusação diz que o rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca.
Durante as negociações, Lindemberg também teria atirado contra o sargento da PM Atos Valeriano. Ele foi o primeiro PM a chegar ao local e negociou a rendição de Lindemberg por cerca de 22 horas, até que o Gate assumisse.
Lindemberg responde por 12 crime. Entre eles estão homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio (contra Nayara e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado (contra Eloá, contra os dois amigos e duas vezes contra Nayara, por ter retornado ao cativeiro) e por disparos de arma de fogo.
Lindemberg e Eloá namoraram por três anos e estavam separados havia um mês quando ocorreu o crime.




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