Geral
Causas internas do déficit externo - EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 05/02
O câmbio por si só não explica o desequilíbrio na balança comercial. Deficiências de infraestrutura prejudicam até mesmo setores em que Brasil consegue ser competitivo
A balança comercial voltou a registrar déficit expressivo no primeiro mês do ano (US$ 4,057 bilhões), o pior em 20 anos. Desta vez não foi a contabilização atrasada das importações de petróleo e combustíveis a principal causa do desequilíbrio. Janeiro é um mês ainda de poucos embarques de grãos (embora, excepcionalmente, tenham sido feitas exportações de soja). Mesmo assim, não fossem as chamadas commodities, as vendas brasileiras para o exterior recuariam em relação a janeiro do ano passado, no lugar de uma expansão de 0,4%. As importações até que vêm dando sinais de desaceleração, mas não o suficiente para que os especialistas projetem recuperação expressiva do saldo da balança comercial. Para este ano, as estimativas variam de um superávit de US$ 6 bilhões a um déficit de US$ 3 bilhões, tantos são os fatores que podem impactar o comércio exterior brasileiro em 2014.
Já era esperada uma retração das exportações para a Argentina, em face da crise cambial vivida pelo país vizinho. A Argentina é tradicionalmente um dos principais parceiros comerciais do Brasil, e um acordo automotivo faz com haja uma troca considerável de veículos entre as montadoras que possuem fábricas aqui e lá. No entanto, com a economia argentina mergulhada novamente em crise, o fluxo de exportações manufaturados desabou, e em função disso é provável que o Brasil registre déficit no comércio com a Argentina este ano.
Houve incremento nas exportações para a China e os Estados Unidos, e queda nas vendas para os demais mercados. A desvalorização do real até pode vir a fortalecer as exportações, que têm sido, literalmente, a salvação da lavoura. A indústria perdeu fôlego e nem mesmo consegue acompanhar a demanda doméstica. Exportar se tornou um objetivo ainda mais difícil pra o setor.
O rápido encolhimento do superávit da balança comercial brasileira, com risco crescente de déficit, não se explica apenas pelo câmbio ou por causas externas, como tenta justificar o mantra oficial, Fosse assim, a forte desvalorização do real desde meados de 2012 já teria provocado uma reviravolta nessa tendência. Para esse resultado estão pesando também fatores domésticos que acentuaram a perda de competitividade de segmentos que antes conseguiam exportar ou concorrer com importações. As deficiências de infraestrutura estão entre essas causas, prejudicando inclusive os setores que se mantêm competitivos, como é o caso do agronegócio. Investimentos na infraestrutura de transportes (portos e rodovias, principalmente) agora é que estão sendo destravados. Perdeu-se tempo precioso devido a preconceitos ideológicos. Há boa safra sendo colhida, e mais uma vez se prevê sérias dificuldades no escoamento.
É uma lição que custará muito caro ao país.
-
A Primeira Surpresa Do Ano - Celso Ming
ESTADÃO - 05/01 O resultado da balança comercial em 2015 é o contraponto fortemente positivo a tantos resultados ruins Este 2016 vem provocando tanta apreensão que muita gente já vinha desejando Feliz 2017, como querendo pular de uma vez este 2016...
-
Balança Comercial Pode Ter Primeiro Déficit Desde 2000 - Editorial Valor EconÔmico
VALOR ECONÔMICO - 15/10 Está cada vez mais difícil que a balança comercial feche o ano com superávit. O fraco desempenho dos últimos meses já levou a várias revisões de expectativas. No início do ano, a previsão do governo era que o saldo...
-
Dependência De Primários é A Maior Em Três Décadas - Editorial O EstadÃo
O ESTADO DE S.PAULO - 03/07 A balança comercial registrou um superávit de US$ 2,36 bilhões em junho e um déficit de US$ 2,49 bilhões no primeiro semestre. Pela primeira vez em mais de três décadas, as exportações de produtos básicos representaram...
-
Balança Real - MÍriam LeitÃo
O GLOBO - 03/01 O saldo comercial em 2013 não foi apenas o pior resultado em 13 anos. Foi mais. Excluindo-se a parte da estatística que, na verdade, não aconteceu, o país teve déficit comercial. Quando a AEB alertou, em junho, que poderia haver déficit...
-
Balança Comercial Registra Em 2014 O Pior Resultado Desde 1998
A balança comercial brasileira registrou em 2014 déficit (exportações menos importações) de US$ 3,930 bilhões, o primeiro desde 2000, informou nesta segunda-feira (5) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O resultado...
Geral