Suspeito de assalto foi amarrado e espancado por
moradores (Foto: Cinegrafista amador/Cedida)
moradores (Foto: Cinegrafista amador/Cedida)
segurança. Para o promotor de Justiça de investigações criminais, Wendell Beetoven Ribeiro Agra, é neste contexto que acontecem os seguidos casos de linchamentos no Rio Grande do Norte e no Brasil. Em infográfico publicado nesta quinta-feira (3) o G1 fez um levantamento sobre esse tipo de crime no país. Com cinco casos, o RN foi o terceiro estado com mais linchamentos noticiados neste ano, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
O promotor considera a situação preocupante e acredita que a descrença na justiça criminal levou ao ponto atual. "Como as pessoas desacreditam, elas passam a fazer justiça com as próprias mãos, o que é uma forma totalmente ilegítima de aplicação de punição. O cidadão age quando o Estado falha", opina Beetoven, para quem as soluções não precisam ser muito complexas. "Não acredito em soluções miraculosas com criação de divisões especiais para investigar crimes. Falta só o feijão com arroz, as delegacias de bairro investigarem", afirma o promotor.
O promotor considera a situação preocupante e acredita que a descrença na justiça criminal levou ao ponto atual. "Como as pessoas desacreditam, elas passam a fazer justiça com as próprias mãos, o que é uma forma totalmente ilegítima de aplicação de punição. O cidadão age quando o Estado falha", opina Beetoven, para quem as soluções não precisam ser muito complexas. "Não acredito em soluções miraculosas com criação de divisões especiais para investigar crimes. Falta só o feijão com arroz, as delegacias de bairro investigarem", afirma o promotor.
Para o promotor Wendell Beetoven, a população sente falta de respostas imediatas. "Se uma pessoa é assaltada em um ponto de ônibus, ela dificilmente vai fazer um boletim de ocorrência na delegacia porque não acredita que o crime será investigado. O cidadão acha que vai ser mal atendido e perder tempo", diz. De acordo com o promotor, os repetidos casos de linchamentos deveriam servir de exemplo para mais investimentos e soluções das polícias, Ministério Público e Justiça.
Já o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo Silva, acredita que os linchamentos têm mais a ver com a banalização da violência e alerta: "quem for pego praticando atos como esses será preso". Araújo reforça que por mais que uma pessoa tenha cometido um crime, não cabe ao cidadão puní-la por esse ato. "Não toleramos nem aceitamos essa conduta. Assim estamos voltando a uma época primitiva e perdemos a dignidade para com o próximo", avalia.
O G1 tentou contato com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Eliéser Monteiro Filho, mas a assessoria de comunicação informou que ele não pôde atender as ligações na tarde desta quinta.