CLÁSSICOS ADOLESCENTES: AS PATRICINHAS DE BEVERLY HILLS / Meu voto vai pra Clueless... eu acho
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CLÁSSICOS ADOLESCENTES: AS PATRICINHAS DE BEVERLY HILLS / Meu voto vai pra Clueless... eu acho


Talvez As Patricinhas de Beverly Hills (tradução muito, muito ruim pra Clueless, ou “sem noção”) seja o meu favorito da lista da enquete. Pelo menos a cada vez que revejo a comédia, mais ela me agrada (também não foram tantas, acho que vi três ou quatro vezes apenas). É um fime muito terno, sem maldade, sem o gostinho amargo que corre por baixo dos outros clássicos adolescentes. E é também, na minha opinião, uma das melhores adaptações “livres” já feita de um clássico literário (no caso, Emma, da Jane Austen. Compare Clueless com Emma, um filminho de época lançado em 96, com a Gwyneth Paltrow, e me diga se Clueless não é muito superior). Aqui as meninas populares da escola não são cruéis, e sim completamente alienadas, sem simancol. Eu adoro todas as atuações e os diálogos. Vai aí uma amostra grátis (infelizmente, a tradução é pobre, porque é minha) pra você se divertir:

- Como as meninas odeiam aula de ginástica, uma diz pra professora: “Meu cirurgião plástico não quer que eu participe de qualquer atividade em que bolas voem no meu nariz”. Outra mocinha passa e comenta: “Bom, lá se vai a sua vida social”.

- Cher (Alicia Silverstone no melhor papel de sua carreira – e mesmo que ela volte a fazer filmes ainda será o melhor, porque ela tá incrível) diz pro afilhado de seu pai: “Quero fazer algo de bom pela humanidade”. E Josh, interpretado pelo lindo e maravilhoso Paul Rudd, retruca: “Que tal esterilização?”.

- Cher quer que um carinha (Jeremy Sisto, de A Sete Palmos) preste atenção numa menina (Brittany Murphy) que ela tá ajudando a se enturmar. Portanto, quando a amiga leva uma pancada na cabeça (ela é meio tontinha), Cher pede pro rapaz mantê-la consciente, fazendo-lhe perguntas. O cara: “Quanto é sete vezes sete?”. Cher interrompe: “Coisas que ela saiba!”.

- No único momento em que o filme ameaça entrar em areia movediça, Cher tá sozinha num carro com um rapaz que não aceita “não” como resposta. Cher diz: “Tô tendo uma experiência Twin Peaks!”. E sai do carro.

- Cher, explicando pras suas amigas porque, aos quase 16 anos, mantém-se virgem, “guardando-se” até conhecer alguém mais especial: “Vocês sabem como sou exigente com meus sapatos, e eles só vão nos meus pés”.

- O pai de Cher, ao conhecer Christian, o único menino por quem ela tá interessada: “O que há de errado com você? Você acha que a morte do Sammy Davis Jr. deixou uma vaga aberta no Rat Pack?”. E antes dos dois pombinhos saírem: “Se alguma coisa acontecer com a minha filha, eu tenho um revólver calibre 45 e uma pá. Duvido que alguém sinta sua falta”.

- Mais ou menos no primeiro diálogo entre eles, Christian pergunta: “Você gosta de Billie Holiday?”. E Cher: “Adoro ele!”.

- Cher pra Christian: “Olha só, o Josh tá dançando com a minha amiga. Ele nunca dança!”. Christian: “Posso entender porquê”.

- Cher convence Josh a ficar um pouco mais em sua casa. Josh: “Não acredito que estou aceitando conselhos de alguém que assiste desenho animado”.

Cher: “Isso é Ren & Stimpy [nunca ouvi falar]. Eles são muito existenciais”.

Josh: “Você tem alguma idéia do que tá falando?”

Cher: “Não, por quê? Parece que eu tenho?”

- O namorado de sua melhor amiga conta que Christian é gay. Não sei traduzir sua intuição: “He's a disco-dancing, Oscar Wilde-reading, Streissand ticket-holding friend of Dorothy, know what I'm saying?”. [Mas repare que não há no filme a menor reprovação ao fato de Christian ser gay. Pelo contrário: no instante em que Cher se convence disso, ela diz: “É, ele se veste melhor do que eu. O que eu iria trazer pra relação?”].

- E quando ela finalmente beija Josh, a narração em off diz “Você sabe o que aconteceu depois”, e as imagens mostram um casamento. Ela continua: “As if! [marca registrada do filme, que não sei como traduzir: “Não mesmo!”?]. Eu só tenho 16 anos, e aqui é Califórnia, não Kentucky”.

Ah, que terno! É ou não é uma gracinha? Você pode ler o roteiro inteiro aqui. Só uma queixa: Clueless ajudou a popularizar a expressão “Whatever!” (“tanto faz”), usada até hoje.





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