COMPRAR OU ALUGAR UM IMÓVEL?
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COMPRAR OU ALUGAR UM IMÓVEL?


Muitas leitoras queridas, entre elas a Aiaiai, sugeriram que eu alugue uma casa em Fortaleza, ao invés de comprar uma. Bom, em primeiro lugar, talvez eu tenha mesmo que fazer isso, se não conseguir vender minha casinha em Joinville a tempo (até janeiro, mês que vem, ha ha), o que parece bem provável, visto que a imobiliária que contratamos trouxe uma alma pra ver o imóvel em três meses (já mudamos de imobiliária; até agora, nada). E, claro, se não encontrarmos uma casa que nos agrade em Fortaleza, vamos alugar um local e continuar procurando.
Alugar muitas vezes é um bom negócio. Li que, até antes do final da Segunda Guerra, era normal pros americanos de classe média alugarem a casa onde moravam. Só depois de 1945, com a necessidade de se criar uma superpotência econômica, é que foi construído esse mito da casa própria, de que todo mundo deveria possuir seu pedacinho de terra (aliás, prometo que vou encontrar esse artigo fascinante e falar mais sobre ele). Pessoalmente, não acho que alugar seja dinheiro jogado fora, ainda mais se você tiver dinheiro pra comprar o imóvel à vista. Eu li (e recomendo) Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, em que Gustavo Cerbasi indica que alugar é quase sempre mais vantajoso que comprar, contrariando aquele sonho da casa própria. Por quê? Porque se você não gosta do imóvel, pode se mudar sem grande dor de cabeça. Se você troca de emprego, pode alugar uma outra casa mais próxima do trabalho. E até financeiramente vale a pena: aplicando os 170 mil que eu gastaria comprando um imóvel, com juros de 0,6%, eu teria um rendimento de R$ 1,020 por mês. Com um valor mais baixo que esse, imagino, poderia alugar uma boa casa no Benfica (para Cerbasi, para que haja vantagem financeira, o valor do aluguel deve ser aproximadamente metade dos juros conseguidos. Ou seja, no meu caso, eu teria que encontrar um aluguel de R$ 510 mensais, o que me parece meio impossível praquela localização).
Após apresentar vários argumentos em favor do aluguel, Cerbasi diz: "A conclusão que quero levar a vocês não é a de que sempre se deve alugar e nunca comprar. Pelo contrário. A decisão de compra será melhor depois de atingida a estabilidade financeira, profissional e familiar ou quando surgirem oportunidades de real investimento e vocês tiverem recursos para aplicar em algo que multiplique seu capital. Mas será um mau negócio quando os recursos poupados forem insuficientes para comprar uma casa e manter o padrão de vida da família" (81). Quer dizer, eu me encaixo mais na situação em que vale a pena comprar.
Mas a minha situação é um pouco diferente. Tem a minha mãe. Eu gostaria de repetir o esquema que temos em Joinville, de morarmos no mesmo terreno, cada uma com a sua própria casa, separada e independente. Todo mundo sabe o quanto é difícil voltar a morar com os pais depois de adulto. Portanto, eu não gostaria disso, e acho que minha mãe tampouco. O esquema que temos aqui é perfeito: os gatos têm duas casas a sua total disposição, minha mãe cuida da nossa casa quando viajamos, e nós da dela, quando ela viaja, e temos como subsidiar boa parte dos custos dela com internet, água, e telefone. Compartilhamos alguns eletrodomésticos, como a máquina de lavar roupa, por exemplo. E o maridão, vulgo “genrinho querido”, ajuda a consertar coisas. Sem falar que, por enquanto, ela está forte e 100% saudável, mas ela é uma pessoa idosa (embora não aparente pelas fotos — eu quero ter a aparência dela quando crescer), e fica insegura em viver completamente sozinha. O plano era que, se eu passasse num concurso no Acre (eu imaginava que faria concurso pra qualquer lugar), ela voltaria a morar em SP. Compraríamos uma quitinete lá pra ela, e alugaríamos um lugar pra gente no Acre. Mas, assim que ela soube do concurso em Fortaleza, não quis nem ouvir falar de morar em outra cidade que não fosse Fortaleza.
Ou seja, se fosse pra alugar um imóvel em Fortaleza, precisaríamos alugar dois, um pra gente, outro pra minha mãe. Comprando uma casa, daria pra fazer as reformas necessárias pra dividir o imóvel em dois, com duas entradas independentes e duas cozinhas.
Também tem um outro lado referente à isenção fiscal. Quando a gente vende um imóvel, precisa pagar pro governo 15% do valor em cima do lucro. Nossa casa de Joinville está avaliada no imposto de renda como valendo apenas R$ 45 mil. Isso porque, pra subir o valor na declaração, é preciso apresentar notas fiscais indicando melhorias, e já faz tempo que melhorias não são feitas por aqui (a última, que eu saiba, foi quando a rua foi asfaltada e fizemos a calçada). O imóvel daqui se valorizou (está à venda por 128 mil) não por causa de reformas recentes, mas por que toda Joinville se valorizou. O preço dos imóveis realmente subiu muito por aqui. Mas isso não é algo que dê pra detalhar na declaração de renda.
Se a gente conseguir, digamos, 115 mil líquidos pela casa, teríamos que pagar 15% em cima desse lucro de 70 mil. Dá R$ 10,500 só de imposto! Um dinheirão. O governo abre mão dessa grana se o proprietário só tiver um imóvel (nosso caso) e comprar um outro imóvel no prazo de seis meses. Logo, se eu não comprar uma casa em Fortaleza até seis meses depois de vender a minha em Joinville, vou ter que pagar 10,500 de imposto. Acho que não compensa. E tem a mudança também. Por mais que uma mudança na mesma cidade não saia caro, tem todo o transtorno de empacotar caixas e mais caixas. Eu prefiro fazer uma mudança só: de Joinville pra casa mais ou menos definitiva em Fortaleza.
E tem os gatos, que já vão sofrer pra se adaptar ao novo lar. Ter dois novos lares em poucos anos seria demais pra eles, tadinhos!
E mais uma coisinha: todo mundo com quem falei em Fortaleza me disse que a cidade deve se valorizar muito até 2014, quando um dos jogos da Copa do Mundo for disputado lá. O pessoal jura que até lá o metrô sai, e o valor dos imóveis deve subir bastante. Uma pessoa, não lembro quem, afirmou que imóvel em Fortaleza só se valoriza. Quando atinge um patamar, não volta atrás. Só sobe.
Imagina que legal comprar uma casa em Fortaleza por 170 mil, morar lá por uns cinco anos, depois vendê-la por uns 220, e comprar uma casinha num lugar menor e possivelmente mais barato, como, sei lá, João Pessoa? Hein? Hein?




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