Crise no Maranhão - HÉLIO SCHWARTSMAN
Geral

Crise no Maranhão - HÉLIO SCHWARTSMAN


FOLHA DE SP - 10/01

SÃO PAULO - A barbárie prisional no Maranhão justifica uma intervenção federal com vistas a salvaguardar os direitos humanos, nos termos do artigo 34, VII, da Constituição? A questão é capciosa e toca nos fundamentos da democracia.

O primeiro problema que vejo num eventual pedido de intervenção, que teria de ser apresentado pelo procurador-geral da República e julgado pelo STF, seria limitá-lo ao Maranhão. É verdade que o que está acontecendo no complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, causa revolta e extrapola as mais elementares noções de civilidade. Acho difícil, porém, sustentar que o caso maranhense difira do de outras unidades federativas senão por uma questão de grau --não de natureza.

Não há hermenêutica jurídica que faça uma pessoa sã declarar que a situação dos direitos humanos nas cadeias dos outros Estados é pelo menos adequada. E, neste caso, caberia perguntar por que só o Maranhão. Por que não intervir também em SP, RJ e MG, de modo a assegurar que as garantias concedidas aos presos pela Lei de Execuções Penais --que incluem celas individuais de pelo menos 6 m2-- sejam cumpridas?

Fazê-lo seria uma medida de inestimável valor civilizatório. Não creio, porém, que a atitude seria bem recebida pelas autoridades econômicas e pela população, que já se queixa do auxílio-reclusão destinado a manter viva a família do presidiário.

Voltando ao Maranhão, creio que faria mais sentido pedir a intervenção com base no conjunto da obra, isto é, da péssima qualidade de seus indicadores sociais, uma questão de direitos humanos ainda mais ampla. Só que isso representaria uma violência contra as escolhas dos eleitores maranhenses, que há décadas elegem o clã Sarney. A verdade é que a democracia, embora seja o melhor regime por nós experimentado, implica um monte de problemas, que incluem a criação de castas políticas não necessariamente competentes.




- Na Beira Do Abismo - Janio De Freitas
FOLHA DE SP - 12/01 Estamos em ano eleitoral, e a Constituição não permite a rima de eleição com intervenção São 13 páginas. Foram postadas no último dia 8, na rede interna do Ministério Público Federal. Como formalidade, trata-se apenas do...

- A Resposta à Barbárie - Editorial Zero Hora
ZERO HORA - 11/01 A mobilização institucional que tenta conter a explosão da violência dentro e fora dos presídios do Maranhão faz com que o governo do Estado compartilhe responsabilidades com a União, o Ministério Público, a Justiça e outros...

- Maranhão é Brasil - Eliane CantanhÊde
FOLHA DE SP - 09/01 BRASÍLIA - Morreu um, morreram dois, morreram 15, morreram 30, morreram 50. Muitos sob tortura. Mas ninguém viu, ninguém ouviu, ninguém sabia de nada, nem no Maranhão nem fora do Estado. Se morressem cinco no Rio ou em São Paulo,...

- Barbárie Maranhense - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 08/01 Selvageria em unidades prisionais do Estado e fraca resposta do governo fazem com que ganhe adeptos tese de intervenção federal A esta altura, mesmo a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), mostra-se convencida de que unidades...

- A Barbárie Nos Presídios Do Maranhão
Por Altamiro Borges A Secretaria de Justiça do Maranhão confirmou nesta quinta-feira (2) mais duas mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Em um mesmo dia, Sildener Martins, de 19 anos, foi assassinado com golpes de chuço - paus...



Geral








.