CRÍTICA: CONTROLE ABSOLUTO / Minha incompetência vai me salvar
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CRÍTICA: CONTROLE ABSOLUTO / Minha incompetência vai me salvar


- Ah, vocês só estão carregando uma bomba. Podem passar!

Devo admitir que me senti muito poderosa vendo Controle Absoluto (Eagle Eye), porque a história é a seguinte: as máquinas dominam o mundo, ou pelo menos os States, e podem vigiar e comandar qualquer pessoa a fazer o que elas quiserem. E aí eu tive certeza que um computador de última geração ultra-avançado jamais escolheria a mim ou ao maridão pra desempenhar uma missão importante. É que a gente não tem celular, sabe? Até compramos um quando moramos nos EUA, já que não possuíamos linha fixa em casa. Foi o primeiro e, suponho, o último celular nas nossas vidas. Não foi uma boa experiência. A gente geralmente perdia a ligação porque não conseguia encontrar o botãozinho pra atender a chamada, e não sabia como acessar a caixa de mensagens. Até hoje me lembro da vez que estava falando com uma amiga ao mesmo tempo que subia uma escada. Foi difícil pra mim, e eu tive que pedir pra ela ter paciência porque eu estava fazendo essa coisa bizarra que é andar e falar ao telefone ao mesmo tempo. Então, no filme, quando o Billy Bob Thorton, que é um agente do FBI, pergunta sarcasticamente pra uma moça da Aeronáutica se ela conseguia andar e falar ao mesmo tempo, eu me identifiquei.
Mas não é só isso. Eu fiquei imaginando uma máquina me mandando pegar sorrateiramente um celular de um cara dormindo do meu lado num vagão do metrô. Acho que essa parte – pegar o aparelho – eu até conseguiria, depois, claro, de perguntar pra todo mundo “onde está o celular que tá tocando do sujeito dormindo?”, e ter que me certificar com um “Isso é um celular?”. Mas e o resto? E atender a chamada? Ok, pra efeitos argumentativos, vamos fantasiar e assumir que eu consegui vencer o segundo passo (atender a ligação), e então o computador me manda descer na terceira estação. Ahn, eu teria que perguntar: “A terceira estação depois desta ou contando aquela que a gente já passou?”. E a máquina gritando comigo: “Não faça perguntas, só execute as ordens, sua fêmea!” (é, a máquina tem esse costume de chamar mulheres de fêmeas).
Mas o auge do meu brilhantismo mesmo seria obedecer o computador enquanto fujo de toda a polícia americana numa perseguição de carro. Se pra mim já é difícil andar e falar no celular ao mesmo tempo, imagino que falar e dirigir seria missão impossível. Mas vamos supor que a máquina me mande entrar à direita imediatamente. Agora! Já! E eu lá, pensando: direita? Vejamos: se esquerda é a mão do relógio, então direita é... Ou talvez eu tivesse que pedir pra esclarecer: “A sua direita ou a minha?”. E até lá todos os carros do universo já teriam batido no meu.

O maridão seria outro caso perdido. Fora sua total falta de desenvoltura com celulares, ele também não enxergaria uma placa gigante piscando na sua frente, em letras garrafais, dizendo “Silvio, desça a escada”. Portanto, eu e ele nos sentimos bem sabendo que um computador nunca poderia nos controlar.
Aí tem o lance de um computador nos vigiar e saber tudo que fazemos. Bom, no caso do maridão seria complicado porque, além d'ele não ter celular, raramente manda emails ou fala ao telefone, e seu blog tá abandonado. Não acho que seria fácil monitorar a sua vida. Mas, mesmo que fosse, que serventia teria? Veja a minha vida, por exemplo, que sem dúvida é muito mai
s interessante e digitalizada que a da minha cara-metade zumbi. Eu conto tudinho aqui no blog. Minha vida é pública. Não tenho segredos, nadinha pra esconder. Nessas horas de extrema paranóia, desse medo de “O Grande Irmão tá nos vigiando”, eu lembro de uma cena dos Simpsons, o filme (acho que era os Simpsons). Há uma sala de controle gigantesca, lotada de gente monitorando as ligações e emails da população, e o pessoal lá dentro morrendo de tédio, já que nenhum dos espionados fala qualquer coisa minimamente suspeita. Quando um dos espiões finalmente consegue captar algo que não seja uma receita de bolo, ele levanta e grita: “Consegui! Consegui! Captei uma mensagem perigosa!”. Acho que seria bem assim se o governo pudesse ler os nossos emails e ouvir as nossas ligações.

Mas vamos ao filme. O Shia LaBeouf é bem feinho, né? De frente até que não, mas de perfil... Tem uma hora que ele tá com cara lavada e lembra o Christian Bale, versão desengonçada. Só o Billy Bob é mais medonho que o Shia - e pensar que a Angelina Jolie já carregou seu sangue num vidrinho! Tem também a Michelle Monaghan (de Missão Impossível 3), que não tem muito que fazer além de gritar “the dingo took my baby!” (“o coiote pegou meu bebê”. Ok, é uma piadinha interna que ninguém vai entender. É o que a Meryl Streep falava em algum filme da década de 80).
O computador pode escolher qualquer pessoa do mundo, e no fundo precisa de apenas um sujeito, e envia logo esse carinha pras missões mais arriscadas? Se ele morresse em alguma das quinhentas vez
es que escapa por um triz, a máquina faria o quê? Aí tem uma hora em que o computador manda alguém atirar num carinha, e a pessoa se recusa, e o computador diz, “Tudo bem, ele será eliminado de outra forma”. E então manda dois aviões militares entrarem num túnel?! Mas a aventura é fofinha, tem uma mensagem até liberal no fim, e a parte da homenagem ao Hal de 2001 lendo os lábios é bem legal. E só na ficção que o presidente dos EUA é aplaudido de pé! Aliás, adoro essa parte: montes de agentes armados temendo que alguém atire no presidente, e o hino americano cantando sobre bombas explodindo no ar.

Eu só não caio muito no clima conspiratório do filme. Realmente não confio nessa mega eficiência das máquinas, disso de precisão cirúrgica pra fazer o farol ficar verde, abrir uma porta e tal. Porque logo depois do cinema eu, que sou velhinha, sempre vou ao banheiro. E chegando lá a torneira automática não funciona. Sem falar que não consigo nem fazer o meu computador inteligentíssimo deixar de mudar o tamanho da letra. Poupe-me, né?- Alô, Lolinha? Pára de bater no celular e desça na terceira estação à direita.




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