CRÍTICA: HOMEM DE FERRO 2 / Vem mais ferro por aí?
Geral

CRÍTICA: HOMEM DE FERRO 2 / Vem mais ferro por aí?


Por mim, pó pará por aqui, Iron Man.

Enquanto não consigo nada parecido com um passe livre pra entrar nos cinemas (como o que eu tinha em Joinville, chuif, e com direito a acompanhante), estou começando a frequentar um shopping não muito longe de casa, que tem promoção de 7 reais a entrada inteira às segundas-feiras. Assim, tento voltar a minha rotina de cinema pelo menos uma vez por semana. Mas os trailers que tenho visto não me despertam um desejo incontrolável. Vi o trailer de um veículo pra Jennifer Lopez, O Plano B, que eu passo. O Príncipe da Pérsia: Areias do Tempo não me parece nada convidativo. Já Robin Hood eu faria um esforço pra ver, porque gosto da história (tirar dos ricos pra dar aos pobres). Mas o trailer do próximo Crepúsculo (Eclipse, é isso?) é tosco que dói. E os filmes que já estão em cartaz? Fico me perguntando se vale a pena ver Alice, ainda mais dublado. E por que diachos refizeram A Hora do Pesadelo? Vão relançar a franquia inteira do Freddy Krueger? Pra quê? (eu até gosto do original, só não acho tão antigo assim pra merecer um remake). Tudo bem, tenho que frequentar mais o cinema de arte que fica no Dragão do Mar, eu sei, eu sei.
Mas o maridão tava morrendo de vontade de ver Homem de Ferro 2. Eu não fazia muita questão. Achei o primeiro decente, mas nada marcante. Na realidade, fui ver o arrasa-quarteirão de dois anos atrás esperando o pior. Como assim, um bilionário armamentista e playboyzinho pode ser herói de alguma coisa?! Mas o filme tinha um bom ritmo e o Robert Downey Jr. segurava bem a peteca nas cenas sem capacete (porque, convenhamos, a armadura do Ferrudo a gente já tinha visto em Transformers, né?). Passada a novidade, valeria a pena enfrentar uma segunda parte?
Depende. Pra quem é fã dos quadrinhos, é óbvio que sim. E pra quem vê tudo que é adaptação de superherói, idem. Mas, pra mim?! Como andei bem ausente das salas de cinema nos últimos meses, só tinha visto o trailer uma vez. E foi o suficiente pra não me entusiasmar.
Não lembro quase nada do primeiro, e não estou a fim de procurar informações. Não sei nem se quero ler a minha crítica! Mas eu tinha a impressão que Tony Stark, a versão civil do Iron Man, no fim ficava com sua assistente (Pepper Potts, feita por Gwyneth Paltrow. O nome meio que significa Potinhos de Pimenta, o que rivaliza no duplo sentido com o nome mais machista já dado a uma personagem feminina, Pussy Galore ― fartura de calzones, por assim dizer ― em algum 007 da vida). Então fiquei o tempo todo durante o segundo filme pensando: ué, mas eles já não estavam juntos? Por que esse suspense pra ver se eles terminarão felizes para sempre (ou, pelo andar da carruagem, até a terceira parte da saga)?
Gwyneth não tem nada que fazer no filme, tadinha. A única outra mulher com falas (pero no muchas) é a Scarlett Johansson, que faz uma agente secreta ou secretária ou especialista em artes marciais ou top model de lingerie, dependendo do momento. Ela ao menos luta e derrota um batalhão. E sem armadura!
Não nos iludamos: é um filme de homens pra homens. Portanto, os vilões se saem melhor que as mocinhas. Sam Rockwell tá divertido como o adversário civil do Tony. Eu me perguntava: o que o Gary Oldman tá fazendo aqui, e como ele rejuvenesceu tanto? Mas não é o Gary; é o Sam (que, pra quem não lembra, compõe um vilão inesquecível em À Espera de um Milagre). E o Sam dança, se diverte, e quase rouba o filme. No mínimo, a melhor piada é graças ao seu personagem: ele apresenta sua arma top de linha, um míssil pequeno que ele chama de “ex-mulher” e que devasta absolutamente tudo a sua volta, mas, na hora do vamos ver, o troço falha miseravelmente, o que faz Tony perguntar: “Tecnologia do tal e tal?”. Nesse momento eu ri, e foi só aí (porque o meio do filme é cansativo pacas). Outro que tira grande proveito de suas (poucas) cenas é Mickey Rourke, que não sei se tá lá pra competir com o Robert Downey Jr no filme ou no duelo “astro que mais destruiu sua vida mas deu a volta por cima”. Eu ficava pensando que, no filme, o Mickey faria algo psicopatítico, como, sei lá, usar o palito de dente contra um pássaro. Mas não. Ele pendura dois guardas, só que não o vemos fazendo isso. Vemos apenas as patinhas no ar. Há um certo desperdício de maldade. Mickey está perfeito, ele fala russo e se move como um gato preguiçoso na parte da corrida de carros, mas seu personagem é confuso (ou alguém realmente entende sua motivação pra se vingar do Ferrudo?).
Em compensação, um ator que fica perdidaço é o Don Cheadle, que interpreta um militar amigo do Tony que mais tarde rouba uma de suas armaduras (não pergunte). Não conseguia me concentrar direito nele porque tentava me lembrar se ele estava em Homem de Ferro 1. E não é que não estava?! Seu personagem tava lá, mas não o ator. Substituíram um ator negro (o Terrence Howard; imagino que a troca foi efetuada por questões salariais) por outro, e pensaram que ninguém ia notar?! Quer dizer, eu não notei, mas é porque o personagem é olvidável. Os vilões são bem mais interessantes.
Mas quem precisa de vilão quando se tem um superherói como o Tony/Ferrudo? Ele é um narcisista que se vangloria de ser uma máquina mortífera e, assim, manter a paz. No início da trama, o Senado manda que Tony compartilhe sua tecnologia com o exército americano. Ele se recusa por querer ser o único herói por baixo daquela armadura e por ter medo que esse potencial bélico caia nas mãos erradas (ha ha), mas também por ele ser contra o Estado. Chega uma hora em que ele grita, orgulhoso, “Eu privatizei a paz mundial!”, e todos aplaudem. Bom, nesse caso não vou nem defender o Estado: odeio guerras, odeio máquinas de guerra, e odeio exércitos. Como diz o maridão, “você tem muito ódio nesse seu coraçãozinho”. Mas menos do que filmes como Homem de Ferro têm de cinismo.




- Cine Delta Homem De Ferro (dublado) Aventura
Sinopse:Após sofrer um acidente, o bilionário inventor Tony Stark (Robert Downey Jr.) cria uma armadura de ferro para mantê-lo vivo. Com o sucesso de seu invento, ele decide usar a alta tecnologia de sua armadura para combater o crime nos Estados...

- Meio Cri-crÍtica De Trailer: Avatar E O MaridÃo
Veja o trailer aqui, se quiser. Fomos ver Bastardos Inglórios pela terceira vez em menos de duas semanas. Mas, quando eu estava lá, na fila (minúscula) da bilheteria (felizmente, eu não pago cinema, já que, pelo menos aqui em Joinville, tenho uma...

- CrÍtica: Homem De Ferro / Um Pacifista, Esse Ironman
Um leitor disse que só veria Homem de Ferro se eu gostasse tanto do filme que fosse vê-lo de novo. Aí já é sacanagem. Eu e o maridão vimos Iron antes de Speed Racer, o que foi um achado. Antes da sessão de Speed começar, o maridão me confidenciou:...

- Cri-crÍtica De Trailer: IncrÍvel Hulk E Homem De Ferro
Leia a crítica de Hulk aqui, e a de Homem de Ferro aqui. Esta sexta inaugura-se a temporada de verão americano. E você sabe o que isso significa: de maio até o comecinho de agosto praticamente tudo que entra nas salas daqui será filme de ação...

- CrÍtica: Se Eu Fosse VocÊ / E Se Fosse Um Ajuste?
Tem quem afirme com todas as letras que 2005 foi um ano de qualidade pro cinema brasileiro. Deve ser gente de SP, porque eu e o resto do país não temos acesso a filmes ultra-badalados como “Cinema, Aspirinas e Urubus” e “Cidade Baixa”. Por aqui...



Geral








.