Pessoalmente, se misturassem esses quatro com os não-sei-quantos do badalado “X-Men”, eu não saberia distinguir quem é quem. Mas admito que, enquanto no “X” eu meditava sobre qual super seria mais forte (a eterna batalha entre Facas Ginzu vs. Meias Vivarina), em “Quarteto” eu ficava pensando em qual seria o mais inútil. Cheguei à conclusão que seria o próprio cientista nerd Dr. Fantástico (infelizmente não o do Kubrick), que nas horas vagas vira Homem-Elástico. Por favor, fã dos comics, não me corrija, eu imploro! Pode ser que, por questões de copyright, já exista um outro Homem-Elástico que não seja esse de “Quarteto”, mas você há de concordar que existem semelhanças entre um carinha que se estica todo e outro carinha que se estica todo. Aqui essa figura recebe os piores efeitos especiais, numa aventura em que esses efeitos já são tão ruins que merecem o título de defeitos especiais.
E agora uma breve interrupção pra mostrar toda minha sabedoria sobre “Quarteto”. A série em quadrinhos é a mais antiga da Marvel, então deve ter quem goste. Ahn, acabei. Aproveitando o parágrafo, vou mencionar que o filme trata da origem dos quatro fantasticóides. Eles são cientistas, eu acho, ou alguns são pilotos, não tenho certeza, que vão pro espaço pra alguma experiência esquisita. Algo dá errado e o DNA deles é modificado. Daí um adquire habilidades elásticas realmente importantes, que lhe dão o poder de esticar seu braço até um outro banheiro pra pegar papel higiênico. Outro pega fogo e sai voando, o que também lhe confere a super vantagem de esquentar pipoca na própria mão. A cientista com corpão, interpretada pela Jessica Alba (cuidado pra não escorregar na poça: críticos profissionais, todos homens, babando), fica meio invisível de vez em quando, o que não é necessariamente algo legal pra quem só existe por causa do corpão. Mas não se preocupe, que o diretor Tim Story (credenciais: “Táxi”, acho que não preciso dizer mais nada) inclui uma cena só pra ela aparecer de calcinha e sutiã. E tem o pobrezinho que se transforma no Coisa, o Hulk Laranja. O ator, Michael Chiklis, é o único não-canastrão no filme, logo, ele é disparado quem se sai melhor. Mas coitado, numa cena-chave pro personagem, colocam a mulher dele saindo na rua de camisola, o que fez o público rolar de rir. Olha, quem brilha mesmo são os figurantes. Esses extras nova-iorquinos não têm tanta relevância numa história desde o primeiro “Homem-Aranha”, onde eles acertavam o vilão com latas de refrigerante. Aqui eles não acertam ninguém, mas suas expressões de pena, medo, admiração etc são impagáveis. É interpretação de cinema-mudo de primeira qualidade.