CRÍTICA: X-MEN 3: Mutantes curados
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CRÍTICA: X-MEN 3: Mutantes curados


Filas e mais filas. O gerente me disse que o ano só começou pra eles com “A Era do Gelo 2” (e a gente podia dizer que começou mal). Mas agora, com “Código” e “X-Men 3”, os cinemas estão tirando o pé da jaca. Pois é, voltou a eterna batalha entre Facas Ginzu (as que cortam tudo) e Meias Vivarina (impossíveis de serem cortadas). Quem ganha? O título ainda inclui um subtítulo totalmente enganoso, “O Confronto Final”. Olha, que não é final, não é mesmo. Mas que a quarta parte não será fácil após a matança e cura de meia tonelada de mutantes, ah, isso não será mesmo.

Desta vez a referência ao homossexualismo fica mais óbvia ainda, porque alguém descobriu uma vacina que cura mutantes e os transforma em pessoas “normais” (não dá pra usar essa palavra sem aspas). Já começa com um menino tentando cortar suas asinhas e o pai gritando “Oh não! Você também é um?! Não você!”. Se houvesse vacina pra fazer gays virarem heteros, os protestos seriam iguaizinhos: ser mutante não é doença, logo ninguém precisa de cura. O problema dessa analogia é que parece muito sedutor ser mutante. Será que a mensagem do filme é que os gays têm super-poderes? Esse subtexto deve ser perturbador pros adolescentes homofóbicos lotando as salas. Mas o público estava mais concentrado rindo numa cena em que um detetive afirma não existir fúria maior que a de uma mulher rejeitada. E quando o Wolverine chuta os testículos mutantes de um pobre coitado. E quando uma moça morre eletrocutada e seu piercing no queixo brilha. Não tô criticando! Adorei o Ian McKellen jogando caminhões pra fora da estrada. Comparado a outro produto Marvel, “Quarteto Fantástico”, “X-Burger Men” é uma obra-prima.

Se bem que colocar um exército de mutantes na tela gera conflitos, como o desenvolvimento dos personagens, que é nulo. Pra decidir o destino deles, só explodindo uns quatro de uma só vez. Confesso que torci pra que o mutante bonitinho de óculos, vulgo Scott, realmente tenha morrido. Ah, uma coisa instigante é notar que existe hierarquia até entre mutantes. Assim, vemos que um número 5 é mais forte que um número 3, e um número 2, imagino, ninguém quer ser. Mas se você fosse super duper poderoso, você acataria ordens?

A graça dessa franquia é comparar poderes, e decidir quais seriam mais úteis no nosso dia a dia. Por exemplo, o Wolvie parece indestrutível, mas quando o Magneto tá próximo, ele é de uma inutilidade febril. Se eu fosse a Vampira, aquela que suga a energia e eventualmente mata gente com um toque, talvez eu fizesse um sacrifício e voasse até Washington apertar a mão do Bush. E a Tempestade? Sem dúvida daria uma ótima ministra da agricultura, de preferência sem revirar os olhos toda vez que precisasse mudar o clima. Então perguntei pro maridão qual desses super-heróis ele gostaria de ser. Ele respondeu “a Jean” e seguiu-se esse diálogo. Eu: “Ih, só porque ela é um número 5. Só pra ganhar uma briga de mim! Mas por que a Jean? Ela não faz nada além de explodir pessoas”. Ele: “Não, isso num dia ruim. Ela devia estar com TPM. Normalmente ela poderia explodir as caixas de som dos nossos vizinhos pagodeiros e carregar malas”. E se não a Jean, o Xavier, concluiu o maridão. Eu: “Só porque você e ele são carecas!”. Ele: “Viu? Meio caminho andado”.

“X-Dog 3” seria mais interessante se mostrasse o que esses ex-poderosos fariam na rotina após a “cura”. Já tivemos uma amostra disso no segundo “Super-Homem” e “Homem-Aranha”, e era legal. Porque convenhamos: o mais bacana de todos esses super-heróis é acompanhar sua origem e sua queda (mesmo que sempre momentânea). Mas sou otimista e vou olhar pelo lado bom: aquela atriz com três nomes que faz a Mística (a azul) finalmente ouviu minhas preces e cortou o Stamos do seu sobrenome. Vou poder lembrá-la. Agora ela é só Rebecca... ahn... esqueci. Rominj?





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