CRÍTICA: QUEBRANDO A BANCA / Quebrando a cara
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CRÍTICA: QUEBRANDO A BANCA / Quebrando a cara


Merchandising de jogo: vamos fingir que ganhar de cassino não é apenas possível como fácil

Hoje estréia aí Quebrando a Banca, que passou aqui com o título de 21 e me decepcionou muito. O filme é fraquinho que só ele. É sobre um rapaz (o bonitinho Jim Sturgess, de Across the Universe) que precisa de 300 mil dólares pra se formar médico. Isso ou conseguir uma bolsa de estudos disputada por 76 candidatos com ótimo currículo. Ganha quem contar uma história de vida que entusiasme o selecionador. Olha, mil desculpas, mas o personagem do Jim é tão insosso que, pra me entusiasmar, só se ele tirasse a roupa e oferecesse favores sexuais. A gente fica sabendo que o sujeito é meio gênio porque faz contas rápidas. E porque todos ficam falando isso pra ele (e pra gente). Principalmente um de seus professores, o Kevin Spacey, que quer que ele aprenda a contar cartas pra ganhar dinheiro dos cassinos.

Eu não sei contar cartas nem quando me dão um maço fechado e dizem “Conta quantas cartas tem aí”. Mas o maridão descobriu na internet que isso de contar cartas (que é atribuir um valor às cartas maiores e menores) só aumenta as suas chances em 20%. No filme parece que a pessoa que conta carta ganha sempre. Será que os cassinos patrocinaram Quebrando pra que um monte de gente praticasse a contagem e fosse pra lá ganhar grana e quebrasse a cara? Ah, sim, um detalhe importante. A história de passa em Boston, onde fica MIT e Harvard. Pra chegar de lá até Las Vegas precisa cruzar o país. Chutando, é como se fosse a distância entre SC e Amazonas. Mas existe um lugar de jogatina na costa leste, Atlantic City, pertinho, e dizem que lá ninguém te leva prum porão pra te espancar por você contar cartas. Ok. Então onde nossa trupe intrépida decide ir? Pra Las Vegas! Só porque é glamuroso. Aí eu penso: mesmo que tudo dê certo pro Jim, que ele ganhe o dinheiro pra completar os estudos, será que eu gostaria de ser atendida por um médico que se formou indo todo final de semana pra Vegas, no resto do tempo estudando full-time sobre probabilidades de jogos, e não tendo que escrever um só relatório sobre qualquer coisa ligada à medicina?

Lá pelas tantas a mãe do Jim lhe dá uma alternativa, no formato de um cheque de 68 mil! No ato ela devia receber uma plaquinha comemorativa escrito “Única Americana a Guardar Dinheiro na História”. Mas o Jim não só recusa, como mente pra santa. Não sei porque as idas pra Vegas precisam ser um segredo absoluto. Será que a mãe é crente? Porque se a religião não permite que você jogue, tudo bem. Aí seria um segredo de estado mesmo. Mas num país onde o jogo é legalizado e o sucesso na vida é contabilizado em dólares, qual o problema de querer fazer dinheiro jogando? Outra coisa que escapa a minha inteligência é por que seria ilegal contar cartas. Não que seja. Parece que é tudo legal em Vegas, inclusive contar cartas e capangas baterem em você por contar cartas. Mas esse truque não seria uma mostra de um mínimo de talento contra a sorte? Os cassinos ganham sempre, e não vejo nada de errado no elo mais fraco da cadeia alimentar, o jogador, querer ter um lucrinho às vezes.

A gente já viu esse filme antes, centenas de vezes, mas com outras temáticas, que não o jogo. Garoto talentoso e puro de coração precisa ganhar dinheiro. Garoto ganha dinheiro. Garoto não é mais puro. Garoto fica convencido, insuportável e trata todo mundo mal. Garoto perde tudo (dinheiro, amigos, namorada). Garoto recupera a pureza no coração e também dinheiro, amigos, namorada. Garoto passa a perna em quem passou-lhe a perna antes. Espectador boceja. Garoto aprende preciosas lições de vida. Espectador comete harakiri. Se bem que este 21 deve ser superior ao Número 23. Se continuar assim, qualquer coisa com 22 será uma obra-prima.





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