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Demissões e a morte do Estadão
Por Altamiro BorgesO jornal Estadão, da decadente e falida famiglia Mesquita, iniciou nesta sexta-feira (21) mais uma onda de demissões. Segundo apurou o sempre dócil Portal Imprensa, “o fotógrafo Carlos Pupo e os repórteres José Roberto Castro, Ana Kátia, Roseli Lopes, Eulina Oliveira e Ronald Lincoln Jr estão entre os desligados da empresa. A justificativa para as demissões seria a crise financeira que atinge o país e, consequentemente, o veículo”. A desculpa da empresa é das mais esfarrapadas. Há muito tempo que o Grupo Estadão atravessa grave crise – decorrente da explosão da internet, da perda de credibilidade dos seus veículos conservadores e também da péssima gestão do feudo familiar, como tão bem demonstrado no livro “Nascidos para perder”, do saudoso jornalista Mylton Severiano.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo criticou duramente os novos cortes. Segundo Vitor Ribeiro, diretor da entidade, a famiglia Mesquita tratou mais uma vez os profissionais com desprezo e arrogância. “O SJSP não foi procurado pelo Grupo Estado. Lamentamos as demissões e a forma como são direcionadas, sem transparência”, protestou. Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do falido império, sequer aceitou comentar as dispensas. Diante desta atitude antissindical, que sempre caracterizou a empresa de origem escravocrata, a entidade pretende ingressar na Justiça e tenta mobilizar os poucos jornalistas que ainda restaram na redação para pressionar pela abertura de negociações. O clima é de medo, o que dificulta uma reação mais altiva dos jornalistas.
Editora Abril e "O Dia"Nas últimas semanas, outras duas empresas de comunicação anunciaram cortes – o que confirma a grave situação da categoria. A Editora Abril, que publica a asquerosa ‘Veja’, encerrou a versão digital da INFO e demitiu 12 profissionais. Já o jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro, dispensou numa única tacada mais de 30 funcionários. Segundo a presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Paula Máiran, os cortes confirmam o agravamento da crise do grupo Ejesa, que já vinha atrasando o pagamento de salários e do plano de saúde. “Realizamos reuniões na tentativa de resistir a isso. Pressionamos de diversas formas para que a empresa traga compensações e que seja priorizado a garantia dos direitos dos trabalhadores... É muito triste. Impossível não lamentar essa crise”.
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