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Globo, Estadão e Folha demitem
Por Altamiro BorgesNa semana passada, o sítio Meio & Mensagem revelou que a Editora Globo pretende reduzir em 30% o seu quadro de funcionários. Os cortes tiveram início já na segunda-feira (28), com demissões nas redações das revistas Época São Paulo, Globo Rural e Monet. Cerca de 300 profissionais devem perder o emprego até o final do ano, incluindo jornalistas, publicitários e funcionários administrativos.
Já na quinta-feira (1), o Portal Imprensa informou que o Estadão demitiu cerca de 20 jornalistas e decidiu extinguir vários dos seus históricos suplementos, com o “Agrícola” (1955) e o “Feminino” (1953). Esta seria a “primeira leva” dos dispensados. O diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, afirmou que os cortes se devem à “transição de mídias e às receitas instáveis”.
Reestruturação e piora da qualidadePouco antes, no início de novembro, o Grupo Folha deu início ao corte de 10% do número dos seus funcionários com cerca de 40 demissões. “Editores, repórteres especiais e fotógrafos, alguns com mais de 20 de anos casa, estão entre os demitidos”, informou o Portal Imprensa. O caderno “Folhateen” e a sucursal da Agência Folha em Cuiabá foram fechados.
Para o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a onda de demissões comprova a avareza dos monopólios midiáticos. “É mais uma manobra das empresas que descartam profissionais em troca de lucro e esquecem a qualidade jornalística dos seus veículos. Elas tratam os funcionários como meros números, numa equação financeira”, afirma Guto Camargo, presidente da entidade.
Descartado como bagaço“Na verdade, os jornais trabalham com um número limitado de profissionais, que acumulam horas-extras excessivas, 'pescoções' intermináveis e multiplicidade de funções, como trabalhar para o impresso e também para o portal, enquanto o faturamento das empresas aumenta”, completa. Para ele, a tal “reestruturação” é uma desculpa esfarrapada dos ambiciosos empresários do setor.
O Sindicato dos Jornalistas estuda as vias jurídicas para atuar nos casos de demissões em massa nas redações da Folha, Globo e Estadão. Em todos os cortes, as empresas mostraram total desprezo pela categoria e nem sequer negociaram com a entidade de classe. Muitos jornalistas que vestiam a camisa da empresa, sendo mais realistas do que rei, foram descartados como bagaço.
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