Dilma alisa e FHC morde. Até quando?
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Dilma alisa e FHC morde. Até quando?


Por Altamiro Borges

Um dia antes da queda do ministro Orlando Silva, alvo da cruel artilharia da mídia demotucana e dos ataques histéricos de líderes do PSDB e do DEM, Dilma Rousseff recebeu Fernando Henrique Cardoso para um jantar de gala em Brasília. Passados oito anos, foi a primeira vez que o ex-presidente voltou a desfilar no Palácio do Planalto. O grão-tucano parecia um pavão!



O gesto insólito, talvez orientado por algum marqueteiro ou pelas mentes pragmáticas e acovardadas do governo, foi justificado como mais um ato de “civilidade política”. Dilma parece insistir neste caminho perigoso, seja prestigiando seus algozes da Folha na festa de aniversário do jornalão ou dando entrevistas “intimas” ao Fantástico. Tudo é feito para “pacificar” as relações políticas.

Um “namorico” unilateral

Mas este “namorico”, como já ironizou o ex-presidente Lula, tem sido unilateral. Enquanto a presidenta alisa, a oposição morde! A mídia demotucana está alvoroçada. Segundo Eliane Cantanhêde, a colunista da “massa cheirosa” do PSDB, nunca a imprensa foi tão poderosa. Ela já derrubou seis ministros e a lista macabra dos jagunços midiáticos é grande e implacável. Carlos Lupi e Haddad que se cuidem!

Já o ex-presidente FHC, maroto, recebe os afagos de Dilma, mas continua destilando o seu veneno. Ele é o principal estrategista da oposição. Finge-se de “civilizado”, mas é uma víbora. Neste domingo, em sua coluna no Estadão, ele voltou a mostrar seus dentes. No artigo intitulado “Corrupção e poder”, ele insistiu na tese de que as forças de esquerda são autoritárias e corruptas!

A radicalização do discurso udenista

Para o “ético” FHC, as recentes denúncias de corrupção repetiriam o trauma do chamado mensalão petista. “Naquele episódio, já estava presente a ideologia que santifica o Estado e faz de conta que não vê o desvio de dinheiro público, desde que seja para ajudar os partidos ‘populares’ a se manterem no poder”. Mimado por Dilma, ele ainda a apunha-la e acirra o discurso udenista:

“No mensalão desviavam-se recursos públicos e de empresas para pagar gastos eleitorais e para obter apoio de alguns políticos. Agora são os partidos que se aninham em ministérios e, mesmo fora das eleições, constroem redes de arrecadação por onde passam recursos públicos que abastecem suas caixas e os bolsos de alguns dirigentes, militantes e cúmplices”.

Tática pode causa baita indigestão

FHC, o mesmo que foi acusado por desviar dinheiro público para salvar banqueiros, por comprar a sua reeleição e por outros casos de corrupção, não vacila em decretar: “Antes o desvio de recursos roçava o poder, mas não era condição para o seu exercício... O que era episódico se tornou um ‘sistema’, o que era desvio individual se tornou prática aceita para garantir a ‘governabilidade’”.

E a presidenta Dilma ainda convida FHC para jantar. Até quando está tática marqueteira da falsa “civilidade” vai durar. Do ponto de vista pedagógico, ela deseduca a sociedade e confunde a militância. Do ponto de vista político, ela cria cizânia na base aliada e prepara o terreno para novos golpes da oposição demotucana e de sua mídia. Em síntese, esta tática causará uma baita indigestão.




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