Lupi sangra, mas o alvo é Dilma
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Lupi sangra, mas o alvo é Dilma


Por Altamiro Borges

Excitados, os “calunistas” da mídia garantem que Carlos Lupi, ministro do Trabalho, só dura até a próxima semana. O sinal da sua queda iminente teria sido dado pela própria presidenta Dilma Rousseff, numa entrevista em Caracas, durante a reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Perguntada sobre a declaração “Dilma, eu te amo”, proferida por Lupi, ela respondeu:



“Eu tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Eu não sou propriamente uma adolescente e eu diria também [que não sou] uma romântica. Acho que a vida ensina a gente. Acho que a gente tem de respeitar as pessoas, mas eu faço análises muito objetivas... Qualquer situação referente ao Brasil, eu resolvo a partir de segunda-feira”.


Mídia já comemora a “vitória”

Para os “calunistas”, não resta mais dúvida de que o ministro vai cair e de que a mídia venceu novamente. Carlos Lupi vem sendo bombardeado há quase três semanas, sem dó nem piedade. A cada dia surge mais uma denúncia contra o presidente licenciado do PDT – uso de avião particular, assessoria fantasma no parlamento, repasses irregulares de convênios do ministério.

A mesma mídia, que conhece fatos similares envolvendo personalidades da oposição demotucana, já julgou e condenou Lupi. Só resta fuzilá-lo. Neste linchamento, ela ainda conta com a ajuda de alguns parlamentares pedetistas, que adoram os holofotes e reforçam o cortejo macabro, e também do rápido e estranho julgamento da Comissão de Ética da Presidência contra o ministro.

A agenda “macabra” e seletiva

Caso a mídia demotucana esteja certa nos seus prognósticos fúnebres, Lupi será o sétimo ministro defenestrado em menos de um ano de gestão da presidenta Dilma – um recorde na história recente do país. Ela festejará o resultado e, como nos outros casos de linchamento, de imediato ela esquecerá o defenestrado e partirá, com virulência, contra o oitavo ministro.

O objetivo desta ofensiva é evidente. Não tem nada a ver com ética na gestão dos recursos públicos. Se tivesse, a mídia não seria tão despudoradamente parcial e seletiva – evitando manchetes e destaques para os inúmeros casos de corrupção nos ninhos tucanos em São Paulo e Minas Gerais. O objetivo é político. Visa desgastar o governo e implodir a sua base de apoio. O alvo é Dilma Rousseff!

Mudança do discurso midiático

As corporações midiáticas e seus “calunistas” de aluguel nem sequer escondem mais este intento. Antes, para seduzir os incautos, até isentavam Dilma pelos “malfeitos” dos seus ministros. Marotos, eles culpavam o antecessor, o “populista” Lula, estimulando a cizânia no Palácio do Planalto. Agora, eles já afirmam que Dilma abandonou a “faxina” e que não merece mais tanta confiança.

Hélio Schwartsman, na sua coluna da Folha de hoje, já aponta qual será o próximo discurso midiático. Para ele, a presidente não tem coragem para promover as “faxinas” no governo. “É claro que mexer nesse vespeiro seria complicado, mas é uma pena que Dilma tenha se resignado com a "realpolitik" sem nem mesmo uma tentativa de aprimorar as instituições republicanas do país”.

"A presidente durona fraquejou"

Com o mesmo discurso, o editorial do Estadão estampa no título: “Dilma fraquejou”. Para o jornalão, que apoiou abertamente o tucano José Serra na campanha presidencial do ano passado, a “gerentona” já não tem mais condições para conduzir a “faxina” no governo. Ela seria pragmática e cúmplice dos “malfeitos”. “A presidente durona fraquejou... sem medo do ridículo”.

Alguém ainda tem dúvida sobre o verdadeiro alvo da mídia demotucana?




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