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José Cruz/ABr |
Por Altamiro BorgesA presidenta Dilma Rousseff recebeu ontem (14) os dirigentes das seis centrais sindicais reconhecidas legalmente no país – Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
A audiência no Palácio do Planalto, que tenta retomar o diálogo com o sindicalismo, não convenceu os presentes. De positivo, apenas a promessa da presidenta de que não promoverá retrocessos na legislação trabalhista. "No meu governo não vai ter reforma trabalhista. Nenhum ministro está autorizado a falar sobre isso ou propor qualquer coisa nesse sentido", garantiu Dilma.
Pauta unitária e omissão do governoJá a pauta unitária de reivindicações dos trabalhadores, entregue à presidenta no ano passado, não obteve qualquer retorno positivo e frustrou as expectativas dos sindicalistas. Diante desta postura omissa, os líderes das seis centrais concluíram a audiência com a firme convicção de que devem intensificar a mobilização dos trabalhadores e a pressão sobre o governo.
“Do ponto de vista das medidas concretas, não houve nenhum avanço nas negociações. Portanto, continuamos com nossa pauta e com o processo de mobilização para exigir do parlamento e do executivo o cumprimento das nossas reivindicações”, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique.
Manutenção do tripé neoliberalNa mesma linha, o presidente da FS, deputado Paulo Pereira da Silva, criticou a manutenção da política macroeconômica de juros elevados, aperto fiscal e libertinagem cambial, que tem acerado o processo de desindustrialização do país. “O governo tem um discurso bom [de combate à crise], mas a prática é muito lenta. Nós não aceitamos mais o processo de desindustrialização”.
Para Wagner Gomes, presidente da CTB, o agravamento da crise capitalista mundial e a retração no ritmo de crescimento do PIB brasileiro indicam que é preciso intensificar a mobilização. Ele avalia que a audiência serviu para explicitar esta posição. “Tivemos uma atitude firme diante da presidenta, especialmente ao expormos nossa preocupação sobre a desindustrialização”.
Falta de ousadia do governoNa sua avaliação, o governo precisa ser mais ousado no enfrentamento da crise econômico e deve dialogar mais com a sociedade. “O governo ouve o empresariado toda semana, mas ouve muito pouco os trabalhadores. Esperamos que a partir de agora essa relação seja alterada”, critica o presidente da CTB.
Já Ubiraci Dantas de Oliveira, presidente da CGTB, avalia que a audiência teve efeitos contraditórios. “A presidenta disse que não vai ter reforma trabalhista que vá tirar direitos dos trabalhadores e, isso, nós consideramos importante. No entanto, na questão dos juros, da diminuição das importações, ela não nos apresentou uma solução. É por isso que nós vamos tomar conta das ruas”.
Pauta unitária de reivindicaçõesEntre outras reivindicações apresentadas na audiência estão: isenção do Imposto de Renda no recebimento de Participação dos Lucros e Resultados (PLR) e abono salarial; aumento do valor das aposentadorias; fim do fator previdenciário; regulamentação da terceirização; ratificação das convenções 151 e 158 da OIT; e reajuste salarial dos servidores públicos.
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