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Por Altamiro Borges
A jornalista Mônica Bergamo publica hoje quatro notinhas tenebrosas na “Ilustrada” da Folha:
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Vela apagada
Réus do mensalão já se preparam para passar o Natal na cadeia. Acreditam que o STF (Supremo Tribunal Federal) pode acatar pedido do Ministério Público e determinar a prisão dos condenados.
Vela 2
Advogados dos acusados já disseram a alguns deles que o STF pode fatiar a publicação dos acórdãos, com os textos finais das decisões, a exemplo do que fez com o próprio julgamento.
Divisão
Nem todos os ministros do Supremo concordam com a ideia de prisão imediata dos réus. Preferem esperar a finalização do julgamento, com a determinação da pena de todos os envolvidos no escândalo.
Lenço
José Dirceu "repreende" amigos e familiares que ligam para ele chorando por causa da perspectiva próxima de sua prisão. Diz que estabelecerá uma rotina na cela, fazendo exercícios e estudando, e que está preparado para o pior.
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Gosto de sangue na boca!
A repórter não cita suas fontes, mas indica que os condenados no julgamento do chamado “mensalão do PT” poderão ser presos ainda antes das festas do final do ano. Pode ser mera especulação, tão comum no jornalismo. Mas ela não é totalmente descabida. Afinal, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão com gosto de sangue na boca. Eles viraram celebridades neste show midiático e querem colher os frutos das suas interpretações. Joaquim Barbosa, o relator do processo, é o mais excitado de todos.
Na semana passada, num gesto intempestivo e demagógico, ele solicitou a apreensão dos passaportes dos réus no processo – antes mesmo do julgamento ter sido concluído. Ele também fez questão de dizer que é contra qualquer prisão especial para os condenados e que eles deverão ser enjaulados em celas comuns. Nesta semana, num nítido desrespeito ao Poder Legislativo, Joaquim Barbosa ainda tentou colocar em votação se cabe ao STF definir a perda do mandado dos parlamentares condenados.
Julgamento ou linchamento politico?
A medida afetaria os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). E também poderia ser aplicada contra o petista José Genoino, caso ele assuma uma vaga na Câmara Federal em janeiro. A proposta, porém, não prosperou e gerou novo bate-boca entre o relator e o revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski. Ela somente não foi a votação porque outros ministros argumentaram que o tema era complexo e não poderia ser resolvido de forma atabalhoada.
Diante destes graves fatos, não causaria surpresa se os condenados passassem o Natal na cadeia. A mídia demotucana, que hoje bajula os ministros, teria material farto para a sua escandalização da política. Dane-se que existam mais de 40 recursos e que, pelas regras do STF, somente após o julgamento destes é que as decisões condenatórias, se confirmadas, passam a ser definitivas – seguindo-se, então, a fase da execução das penas. O julgamento é político e visa apenas promover o linchamento da esquerda. O resto é detalhe!
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