Operação da PF apura pedofilia em 18 estados e DF (Foto: Polícia Federal/Divulgação) |
Um servidor público e um comerciário foram presos pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (15), em Natal, suspeitos de crimes de pedofilia na chamada deep web, uma rede paralela na internet que não é acessada pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Além do Rio Grande do Norte, a PF também cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão no Distrito Federal e em outros 17 estados dos país.
A operação, batizada de DarkNet, foi coordenada por agentes federais do Rio Grande do Sul. Participaram cerca de 500 policiais. Mandados também foram cumpridos em Portugal, Colômbia, México, Venezuela e Itália.
O delegado Rubens França, titular da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no RN, disse ao G1 que cinco mandados de busca e apreensão, e um de prisão, foram cumpridos no estado. ?Um dos alvos da operação tinha mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. O outro suspeito foi preso em flagrante quando foi analisado o material apreendido no imóvel dele. Eles foram presos em endereços diferentes de Natal. A princípio não têm relação, mas ambos são usuário da deep web?, acrescentou. Os nomes dos suspeitos não foram revelados.
Investigações
Segundo a PF, no decorrer da investigação, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima, prendendo quatro investigados.
A DarkNet é resultado de um ano de investigações. Mais de 14 endereços IP (sigla para "Internet Protocol", espécie de endereço virtual) foram analisados. Entre os investigados, há policiais, empresários e até mesmo padres.
Deep web
A investigação ocorreu através do rastreamento de pornografia infantil na chamada deep web, espaço da internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Para chegar até ela, é necessário ter um programa que torna a navegação anônima, o que impede a identificação de quem manda e recebe dados da internet. Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. Segundo a PF, apenas as polícias norte-americana e inglesa, FBI e Scotland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.
Via G1 RN