Economia vulnerável - CELSO MING
Geral

Economia vulnerável - CELSO MING


O ESTADÃO - 31/07


O governo Dilma passou todos esses meses argumentando que a crise externa é quase a única responsável pelo baixíssimo desempenho da economia; Mas quando o FMI acentua a vulnerabilidade do Brasil à crise externa, o governo não gosta e desqualifica a conclusão

O governo Dilma passou todos esses meses argumentando que a crise externa é quase a única responsável pelo baixíssimo desempenho da economia. Mas quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) acentua a vulnerabilidade do Brasil à crise externa, o governo não gosta e desqualifica a conclusão.

Pois terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não gostou de que o Fundo Monetário Internacional observasse em relatório que ?o Brasil é moderadamente frágil e corre o risco de se deteriorar rapidamente em um cenário de acentuada e prolongada queda no preço das commodities?.

O que o FMI afirmou não é muito diferente do que a própria presidente Dilma disse no dia anterior. Ela rechaçou o argumento de que o baixo crescimento do PIB ao longo de seu mandato se deve a escolhas equivocadas de política econômica e o atribuiu, inteiramente, à crise externa. E mais, disse que o presidente Lula errou quando minimizou os efeitos internos da crise externa. Foi quando insistiu em que o efeito interno foi apenas ?uma marolinha?.

O Brasil é sim uma economia relativamente vulnerável. Tanto é vulnerável que está hoje mal na foto, atolada num avanço do PIB insignificante, inflação que vai chegando aos 7,0% ao ano, um rombo externo crescente e um câmbio relativamente achatado e estável apenas porque o Banco Central vem despejando US$ 80 bilhões em seis meses para sustentar a cotação do dólar.

Quando o FMI diz que o Brasil está mais vulnerável, não está dizendo coisa muito diferente do que tem sido dito também pelas agências de classificação de risco quando apontam para uma perda de qualidade dos títulos da dívida brasileira.

A discordância cabível diz respeito à razão dessa vulnerabilidade. E, aí sim, vemos que as opções de política econômica adotadas nos últimos anos é que minaram a capacidade de resistência da economia do Brasil à crise.

A fragilidade e a enorme perda de capacidade de competição da indústria brasileira são consequência do mesmo fenômeno. Assim, num cenário de forte queda dos preços das commodities que derrube as exportações e aumente o rombo nas contas externas, não é possível esperar que a indústria compense eventual enfraquecimento das receitas de moeda estrangeira obtidas com essas exportações de produtos primários.

Quando o governo não gosta de uma análise, parte logo para a desqualificação, como se feita por quem não entende, por um sub do sub. No caso do relatório do FMI, Mantega preferiu dizer que é conclusão de um trabalho não assumido pela direção do FMI.

Repete-se aqui o mesmo tratamento dado pelo governo à avaliação feita por um analista do Banco Santander que apenas avisou aos investidores de que uma melhora da presidente Dilma nas pesquisas de intenção de voto tenderia a produzir desvalorização dos ativos brasileiros, principalmente das ações.

O governo parece descobrir tardiamente que a desarrumação da economia é um tema que começa a ser usado eleitoralmente pela oposição. No entanto, em vez de blindar a economia brasileira com políticas consistentes ou de tomar decisões que revertam o baixo nível de confiança, o governo prefere negar a desarrumação e desqualificar quem as denuncia.






- Tombos Progressivos - Celso Ming
O ESTADÃO - 13/11 A derrubada das cotações é parte de fenômeno que alcança praticamente todas as commodities. É fator de enorme gravidade que atinge em cheio a economia do Brasil, que fatura em torno de US$ 125 bilhões por ano, apenas com exportações...

- A Herança - Celso Ming
CONTRA O BAIXO CRESCIMENTO ECONÔMICO, VOTO AÉCIO 45 O ESTADÃO - 26/09 Este governo deixará uma herança maldita para o próximo, que pode ser ele mesmo. Disso discorda apenas o atual governo. É um legado de encrencas econômicas, grandes e pequenas,...

- Dividindo Os Erros - Eliane CantanhÊde
FOLHA DE SP - 29/07 BRASÍLIA - Dilma comparou a atual má vontade com a economia com a má vontade que precedeu a Copa. "O mesmo pessimismo que ocorreu com a Copa está havendo com a economia brasileira. E com a economia é mais grave, porque economia...

- Variáveis-chave - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 15/12 Na entrevista publicada nesta edição do Estadão, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a condicionar o desempenho da economia brasileira em 2014 à superação da crise global: "Para mim, a variável-chave é a economia...

- Ressaca Monetária - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 21/06 Dólar sobe no mundo todo após anúncio de reviravolta do Fed, e efeito no Brasil se agrava com as deficiências da política econômica de Dilma Se o governo Dilma Rousseff antes perdia o sono com o "tsunami monetário" --como caracterizava...



Geral








.