Emprego vira manchete negativa
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Emprego vira manchete negativa


Por Altamiro Borges

Conforme já comprovou o “Manchetômetro”, a pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro feita com base nas manchetes dos três principais jornais do país e nos destaques do JN da TV Globo, a mídia tucana não dá trégua para a presidenta Dilma. No campo da política, para cada notícia positiva ela publica 25 negativas. Na cobertura da economia, o placar é ainda mais espantoso: 400 negativas contra 10 positivas. Isto explica como ela tratou, de forma desonesta e matreira, os dados divulgados nesta quinta-feira (11) sobre a geração de empregos em agosto: foram criados 101.425 postos de trabalho no mês passado. Mesmo assim, a mídia privada criticou o importante avanço.

Em editorial, intitulado “A degradação do emprego”, o decadente Estadão criticou “a balela oficial sobre as maravilhas do mercado de emprego, repetida com insistência e até com arrogância pela presidente Dilma Rousseff e por sua trupe”. Para o jornalão da oligarquia paulista, “a principal fonte de empregos de qualidade, a indústria, continua encolhendo” e isto confirmaria a falência do atual governo. Na maior caradura, a famiglia Mesquita afirma que a crise na indústria decorre, entre outros fatores, do “peso da folha de pessoal [que] aumentou e continuou pressionando o custo de produção e a capacidade competitiva das empresas”. A receita é simples: arrochem salários e cortem direitos para manter os escravos!

Já a Folha preferiu comparar as 101.425 vagas criadas agora com as geradas em agosto de 2013 e tascou no título: “País gera 20,5% menos vagas que no ano passado”. O jornal tucano evitou comparações com os recordes de desemprego no mundo capitalista ou com as ondas de demissões no triste reinado de FHC. Nem mesmo o dado de que foram gerados, de janeiro a agosto deste ano, 751,5 mil novos empregos serviu para aliviar a acidez do jornalão contra Dilma. “O governo mantém a meta de criação de 1 milhão de empregos até o fim do ano, mesmo considerando que terá apenas três meses para garantir a marca”, provocou a Folha tucana, em plena campanha contra a reeleição da presidenta.

Até o jornal Valor, que diz ser dedicado à elite empresarial – mas é obrado pelas famiglias Marinho e Frias –, preferiu adotar o tom negativista. “Na comparação com o número ajustado de agosto de 2013, de 162.160 novos empregos, a geração do oitavo mês deste ano foi 37,4% menor... No ano, foram criados 751.456 novos postos de trabalho, 31,62% a menos do que nos oito primeiros meses de 2013 (1,099 milhão). Esse é o pior resultado desde 2004, início da série histórica disponibilizada pelo Ministério do Trabalho. Há dois meses, o ministro Manoel Dias revisou a meta de criação de novas vagas neste ano para 1 milhão. A meta anterior era entre 1,3 milhão e 1,4 milhão de novas vagas”. Haja pessimistas na mídia!

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