Por Altamiro BorgesNas manchetes dos jornalões e nos ácidos comentários dos telejornais, o Brasil parecia prestes ao total colapso. A crise econômica já seria uma realidade e as demissões iriam disparar. Na tarde desta segunda-feira (17), porém, o Ministério do Trabalho divulgou os dados sobre o saldo dos empregos com carteira assinada em fevereiro passado: 260.823. O resultado é o segundo melhor para o mês da série histórica, sendo superado apenas por fevereiro de 2011 – quando o saldo foi de 281 mil vagas. Diante desta excelente notícia, os urubólogos da mídia estão desnorteados. Eles talvez temam pelo seu próprio emprego e por seus régios salários, já que só falam besteiras sobre a economia. Suas previsões não batem com a realidade.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a diferença positiva entre o número de contratações e demissões neste ano já é de 302.190 (crescimento de 0,74% no índice de empregos formais, que hoje atinge 41 milhões). Esta criação expressiva de empregos só foi observada pela última vez em abril de 2011 (272.225 novas vagas). Nos 12 meses completados em fevereiro, o Caged teve um acréscimo de 1.157.709 postos de trabalho, representando uma expansão de 2,91%. O saldo acumulado nos 37 meses do governo Dilma Rousseff, iniciado em janeiro de 2011, é de 4.772.643.
A geração de novas vagas alcançou todos os setores com registros no Caged. Em números absolutos, os destaques foram para os serviços (com ampliação de 143.345 vagas, saldo recorde para o período), indústria de transformação (mais 51.951 postos, o terceiro maior resultado para o mês) e construção civil (saldo de 25.055). Já a indústria de transformação apresentou melhora de 0,62% em relação a janeiro devido à expansão em 11 dos 12 segmentos que a integram. Os ramos industriais que sobressaíram foram: produtos alimentícios (12,5%), calçados (2,13%), química (0,74%), borracha (1,88%), têxtil (0,60%), mecânica (0,63%). O setor de material de transporte foi o único a registrar pequena queda (-0,01%).
Estes dados altamente positivos, porém, não deverão ocupar as manchetes dos principais jornais e terão tratamento rebaixado nos telejornais. O padrão de manipulação da mídia consiste, como já ensinou o mestre Perseu Abramo, em ocultar o que não interessa e realçar o que serve a seus propósitos políticos e econômicos. Já os tais “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas – tentarão justificar as besteiras que falaram e escreveram nos últimos dias. Como a própria nota do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgada hoje à tarde, deverá ser ocultada, reproduzo-a abaixo na íntegra:
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Mercado formal se recupera e gera mais de 260 mil empregos em fevereiro
Resultado é o 2º melhor saldo para o mês na série histórica. De janeiro de 2011 a fevereiro de 2014, foram gerados 4.792.529 postos de trabalho no país Brasília - 17/03/2014
Dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), demonstra que no mês de fevereiro o mercado formal de trabalho brasileiro gerou 260.823 empregos formais, correspondendo a um crescimento de 0,64% em relação ao estoque de empregos de janeiro. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (17), em Florianópolis, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.
Para ele o modelo de desenvolvimento passa pela geração de empregos: “O resultado é reflexo da política econômica do país e tenho certeza que vamos continuar crescendo e melhorando a qualidade dos empregos gerados”, afirmou.
O resultado é o segundo melhor saldo para o mês na série histórica do Caged, sendo inferior apenas ao registrado em fevereiro de 2011, quando o mercado formal registrou a geração de 280.799 postos – ano em que ocorreu a segunda melhor geração de empregos formais no país, um total de 2.026.571 postos de trabalho.
Esse comportamento, de acordo com o ministro, mostra uma reação do mercado de trabalho. “Alcançamos o sétimo mês consecutivo de desempenho superior, quando comparado ao mesmo período do ano anterior”, ressaltou. O saldo de fevereiro foi oriundo de 1.989.181 admissões e de 1.728.358 desligamentos, ambos os maiores resultados para o período.
Nos últimos 12 meses foram criados 1.157.709 postos de trabalho, equivalentes à expansão de 2,91% no contingente de empregados celetistas do país. Somente no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2014, o país gerou 4.792.529 postos de trabalho, um crescimento de 10,88% sobre o estoque de dezembro de 2010.
Desempenho favorável
Em termos setoriais ocorreu expansão em seis dos oito setores do mercado de trabalho, um desempenho acima da média para os meses de fevereiro entre os anos de 2003 a 2013.
No setor de Serviços houve expansão do emprego em todos os ramos, com geração de 143.345 postos (0,85%), saldo recorde para o período.
A Indústria de Transformação gerou 51.951 postos, um crescimento de 0,62 %, terceiro melhor resultado para o período, expansão em onze dos doze segmentos que a integram.
A Construção Civil gerou 25.055 postos, crescimento de 0,79% e o Comércio foi responsável pela geração de 19.330 empregos (0,21%), o segundo melhor resultado para o mês e o maior saldo para fevereiro desde 2005.
A Administração Pública gerou 12.804 postos (1,41 %), a agricultura 6.098 postos (0,39 %), os Serviços Industriais de Utilidade Pública 1.617 postos (0,40) e a Extrativa Mineral 623 postos de trabalho (0,27 %).
No recorte geográfico verificou-se expansão do nível de emprego nas cinco grandes regiões, com saldos recordes no Sul do país, onde ocorreu a geração de 79.990 postos, uma expansão de 1,08%, saldo proveniente da expansão recorde do emprego nos três estados – Santa Catarina, que foi destaque em janeiro, gerou 27.891 postos em fevereiro, uma expansão de 1,40%; o Rio Grande do Sul gerou 26.487 postos (1,00%); e o Paraná 25.612 postos (0,94%) – e o Nordeste que gerou 17.565 postos, uma expansão de 0,27%, resultado oriundo do aumento do emprego em sete estados.
Nas demais regiões, o Sudeste gerou 130.628 postos, terceiro maior saldo, resultante do aumento generalizado do emprego em todas as UFs, com recorde no Rio de Janeiro (+ 25.820 postos) e Espírito Santo (+4.166 postos). O Centro-Oeste gerou 29.515 postos e Norte 3.125 postos, com expansão em cinco estados.
O emprego cresceu no conjunto das nove áreas metropolitanas e registrou expansão de 0,57%, geração de 94.524 postos de trabalho, porém, o aumento foi maior no interior dessas regiões, com geração de 99.790 postos de trabalho, uma expansão de 0,68 %. O interior desses aglomerados urbanos que mais geraram emprego foram São Paulo, com 43.014 postos ou +0,72% e Rio Grande do Sul, com 18.467 postos ou +1,25%.*****
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