Com 19 homicídios a cada 100 mil habitantes, município está bem acima do número tolerado pela ONU
Um assassinato a cada quatro dias e, mesmo faltando mais de três meses para acabar o ano, já são 8% de vítimas de homicídios a mais do que todo o ano de 2010.
Esta é a situação de Taubaté hoje, de acordo com a Polícia Civil, que já registrou 53 mortos em homicídios dolosos, quando existe a intenção de matar, em 2011 contra 49 vítimas em 45 boletins de ocorrência no ano passado inteiro.
A escalada da violência na cidade se intensificou desde o final de 2009 e não para de crescer, o temor agora é que, sem uma ação real de combate à violência, 2011 possa ser um dos anos mais sangrentos da história da cidade, já que ainda faltam 111 dias para acabar o ano.
O problema na cidade já ultrapassou o tolerável pela ONU (Organização das Nações Unidas) de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes. Dados acima deste número caracterizam violência epidêmica. Taubaté já chegou aos 19 para cada 100 mil habitantes.
Promessas. Desde que as execuções na cidade passaram a se intensificar a prefeitura anunciou um pacotão de segurança, com a modernização e ampliação de sistema de câmeras de segurança e criação da guarda municipal, mas nenhuma das promessas saiu do papel e ainda não existe previsão para que sejam colocadas em prática.
A câmara também anunciou no ano passado que buscaria meios de apoiar o trabalho das duas polícias e criou uma comissão de segurança, mas os trabalhos também seguem sem uma solução concreta.
Reação. Diante dos números que não param de aumentar, as polícias Militar e Civil, responsáveis pelo patrulhamento preventivo e pela investigação respectivamente, dizem estar atuando de forma intensa.
Elas alegam, porém, que a situação em Taubaté é complexa pela ausência do poder público nas áreas periféricas, principalmente em relação a atividades sociais com menores, o que torna a diminuição da violência complexa, já que a polícia atua no problema e não na causa dele.
Segundo o delegado seccional de Taubaté, Ivahir de Freitas Garcia, a polícia trabalha para reverter a situação realizando uma série de operações contra o tráfico de drogas, que seria o principal responsável pelos homicídios devido às guerras entre traficantes e acertos de contas do tráfico.
?As polícias não podem ser responsabilizadas sozinhas por esta situação. É um conjunto de problemas envolvendo o poder público estadual, municipal e a sociedade. A parte da Polícia Civil, que é investigar, estamos fazendo?, afirmou o delegado.
Longo prazo. Para o major da PM, Francisco Chagas Barbosa, a situação de Taubaté deve ser resolvida a longo prazo, com ações de prevenção, educação e atividades para as crianças.
?É preciso fechar a torneirinha de onde estão saindo estes criminosos, oferecendo oportunidades para as crianças, trabalhando intensamente a área social, para que no futuro não sejam atraídos para o crim[TXT]e?, disse o major.
Prefeitura. Por meio de nota, a assessoria da Prefeitura de Taubaté informou que já mantém políticas públicas que atendem mais de 69 mil crianças e jovens, que são beneficiados por meio das atividades esportivas e culturais, educativas, oficinas e cursos oferecidos pela prefeitura, através das Secretárias de Desenvolvimento e Inclusão Social, Esporte e Lazer e Educação.
Mas, mesmo diante dos números e das denúncias das polícias Civil e Militar, a prefeitura não anunciou nenhuma nova ação de segurança.
MortesEm 2011, já foram registrados em Taubaté 53 homicídios, contra 49 vítimas (em 45 ocorrências) em 2010
VítimasOs números revelam que a cada quatro dias, uma pessoa é assassinada na cidade
AmpliaçãoMesmo há três meses do término do ano, Taubaté já contabiliza mais homicídios em 2011 do que durante todo o ano de 2010. O aumento no número de casos é de 8%
EpidemiaO número de mortes registrado em Taubaté já coloca a cidade em situação de epidemia, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Ela considera tolerável o registro de até 10 mortes a cada 100 mil habitantes. Este ano, a cidade registra 19 a cada 100 mil
EscaladaO número de mortes começou a crescer em Taubaté a partir do final de 2009. O combate aos homicídios tem sido uma batalha para as forças de segurança e órgãos públicos
Familiares ainda esperam pelo esclarecimento dos crimesTaubaté Vítima direta da onda de violência que Taubaté enfrenta desde o final de 2009, grande parte dos familiares das 53 pessoas que entraram para a estatística da violência ainda aguarda uma resposta da polícia no esclarecimento dos crimes.
Ainda muito abalada com a morte da filha no último dia 30, a aposentada Valnizete Barbosa, 60 anos, passa horas todos os dias mexendo em uma caixa de papelão onde guardou fotos e documentos da filha e vive a espera da notícia de que a morte de Vânia Cristina Barbosa seja solucionada.
Vânia, conhecida como Cigana, foi executada a tiros dentro da própria casa no bairro Imaculada e a suspeita é que o crime tenha sido executado a mando do ex-marido da vítima, que está preso.
?É muito difícil, não consigo explicar o vazio e o aperto no peito que a gente sente e, mesmo não tendo ela de volta, eu espero e quero que a polícia descubra o que aconteceu.?
Vânia deixou um casal de filhos, de 14 e 20 anos, que mora com Valnizete. Cerca de 70% dos casos cometidos este ano ainda não foram totalmente esclarecidos
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