VIOLÊNCIA :Taubaté é violenta para 69,7% da população, revela pesquisa
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VIOLÊNCIA :Taubaté é violenta para 69,7% da população, revela pesquisa



Filha de Valdinete Barbosa foi assassinada dentro de casa, no bairro Fonte Imaculada
Filha de Valdinete foi assassinada dentro de casa, no bairro Fonte Imaculada. Foto: Rogério Marques
Arte violência em Taubaté
Para 51,2% dos entrevistados, os governos estadual e municipal e a polícia têm responsabilidade pelo aumento da violência
Luara Leimig
Taubaté 

Para 69,7% da população de Taubaté, a cidade hoje é um lugar violento para viver. Destes, 51,2% acreditam que a culpa do aumento da violência é do governo do Estado, da Prefeitura de Taubaté e da polícia, juntos.
Os dados foram levantados pela pesquisa realizada por O VALE/Mind. A pesquisa foi feita nos dias 26 e 27 de janeiro, quando foram consultadas 600 pessoas de todas regiões do município.
Dos entrevistados, 418 disseram ter a percepção de que hoje vivem em uma cidade violenta. O mesmo grupo apontou que a responsabilidade deve ser atribuída às três instituições.
O Estado foi apontado por 18,2% dos entrevistados como único responsável pela onda de violência. A responsabilidade foi atribuída à prefeitura por 8,6% dos entrevistados e à Polícia Militar coube 6,7% das indicações.

idade. Segundo a pesquisa, os entrevistados que afirmaram perceber violência na cidade estão situados na faixa etária de 45 a 59 anos. Para 74,2% desse público Taubaté é violenta.
Na estratificação por regiões da cidade, a área compreendida por bairros como Jardim Mesquita e Esplanada Santa Terezinha, tem uma indicação de 83% de percepção de violência.
Taubaté enfrenta desde 2009 um aumento expressivo de Assassinatos. No ano passado foram 61 mortes oficialmente registradas. Nas primeiras semanas de 2012, já são sete homicídios.

Desordem. Para o sociólogo José Maurício Cardoso Rego, o resultado da pesquisa reflete as estatísticas, que apontam Taubaté como uma das cidades mais violentas de São Paulo.
Segundo ele, Taubaté enfrenta uma desordem do poder executivo municipal, que atinge desde a limpeza pública e reflete diretamente na geração de violência.
?O problema da violência envolve diretamente o Governo do Estado, que é o responsável direto pela questão de segurança, mas na situação de desordem que Taubaté se encontra hoje, não adiantaria a cidade receber um reforço de 1.000 homens da polícia?, afirmou.


Prefeitura admite falhas, polícia não se manifesta

Taubaté 

Para o Ministério Público de Taubaté, a pesquisa foi ?animadora? ao apontar que a população está ciente da violência e de seus responsáveis.
Segundo o secretário executivo da promotoria criminal, Paulo José de Palma, é importante que a população entenda o conjunto do problema.
?Violência realmente não é só problema de polícia, mas também da falta de políticas públicas. Os índices são controláveis, mas já passou da hora da sociedade se mobilizar para atuar junto na busca de reverter esta situação?, disse.
A Prefeitura de Taubaté admitiu suas falhas, apontou erros do Estado e disse que busca soluções para atuar no combate ao crime.
Segundo o secretário de Segurança Orlando Lima, enquanto a Guarda Municipal não é criada, a secretaria está mantendo reforço em praças e parques da cidade com rondas de agentes de segurança.

Sem respostas. O comando da PM de Taubaté não comentou a pesquisa. A reportagem também tentou contato o delegado seccional Ivahir Freitas Garcia Filho, mas foi informada que ele estava em reunião em São José dos Campos.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado) também não comentou os dados.

Parte baixa lidera o 'ranking do medo'
Taubaté

A sensação de insegurança se destacou ainda mais em alguns pontos de Taubaté.
A pesquisa realizada por O VALE/Mind dividiu a cidade em 12 regiões. Em três delas os moradores apresentaram uma percepção elevada de falta de segurança no município.
Segundo a pesquisa, a região 3, formada pelos bairros Parque dos Bandeirantes, Vila Elvira, Jardim Mesquita, Vila Comerciários, Esplanada Santa Helena e Esplanada Santa Terezinha, foi a campeã do medo. Nestes bairros, 83% dos moradores acham Taubaté uma cidade violenta.
Com 77% da população pesquisada considerando a cidade violenta, a região 8, que agrupa os bairros Vale dos Príncipes, Esplanada Independência, Santa Luzia, Taubaté Village, Portal da Mantiqueira, Vila Paulista, Jardim Primavera e Jardim de Alah, está em segundo lugar no ranking da percepção de violência.
Em seguida vem a região 10, que reúne os bairros Marlene Miranda, Cataguá, Jardim Bela Vista, Cidade de Deus, Colina dos Ypês, Jardim Saudade e Vila Regedor, onde 75% dos moradores consideram Taubaté uma

Com 76 vítimas de homicídio no ano, região supera Ribeirão e Campinas no mapa da violência de SP
Luara Leimig
Taubaté 


Após registrar queda nos homicídios em janeiro deste ano, a região volta a liderar a violência no interior do Estado com 44 vítimas de assassinato em fevereiro, em 39 ocorrências. O número é 42% maior que o índice de fevereiro de 2011, quando foram registradas 31 vítimas em 29 ocorrências.
Segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública), divulgados ontem, o número de vítimas em fevereiro representa ainda um aumento de 37,28% em relação a janeiro deste ano.
Com um acumulado de 76 vítimas de assassinatos este ano, o Vale do Paraíba continua líder do ranking da violência no interior do Estado.
A segunda região mais violenta do interior do Estado é Ribeirão Preto, com 58 pessoas executadas, seguida por Campinas, com 57.
Ainda segundo com os dados, Taubaté foi a cidade mais violenta em fevereiro, com o registro de 7 mortes. Até ontem, a cidade já contabilizava 18 homicídios.
São José dos Campos, Jacareí e Cruzeiro, tiveram quatro assassinatos cada, em fevereiro.


Litoral. No Litoral Norte, Ubatuba também se destacou pela violência. Foram 8 vítimas em fevereiro e nenhuma em janeiro.
A polícia alega que 5 vítimas teriam sido ?desovadas?, na cidade. Este mês, a polícia instaurou inquérito para apurar a atuação de um grupo de extermínio de policiais militares de Angra dos Reis (RJ), que estaria desovando os corpos na BR-101, em Ubatuba.
Caraguatatuba, teve dois registros de homicídios.


Roubos e furtos. Os casos de roubos e furtos tiveram queda de 3.084 em janeiro, para 2.933 em fevereiro, nas 39 cidades da região.
Já os estupro, subiram de 40 para 58 casos.


Combate. Para o novo diretor do Deinter 1 de São José (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), João Barbosa Filho, a polícia está respondendo aos assassinatos, com o esclarecimento de crimes.
?Nós estamos com 60% dos casos esclarecidos e trabalhando para aumentar esta porcentagem. Já estão sendo feitos reforços de investigadores nas especializadas de Taubaté e São José dos Campos?, disse.
Ainda segundo o delegado, a motivação dos crimes continua sendo, na maioria dos casos, devido a acertos de contas do tráfico de drogas, e tanto as vítimas, quanto autores dos homicídios já teriam passagens.

Deinter e MP discutem situação da polícia em Taubaté
Taubaté
Diante da ação do Ministério Público pedindo esclarecimentos para a Corregedoria da Polícia Judiciária sobre a estrutura da Polícia Civil em Taubaté, a cúpula da corporação deve se reunir com o MP ainda esta semana.
No último dia 9, o secretário executivo da promotoria criminal, Paulo José de Palma, protocolou o pedido solicitando o repasse de informações sobre a situação da polícia no município, a qualidade de investigação e o levantamento de casos de homicídios e de roubos esclarecidos.
O delegado Leon Nascimento Ribeiro, assistente do Deinter 1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), disse que o departamento já entrou em contato com promotores de Taubaté, e só falta acertar a data para a prestação de esclarecimentos ao MP.
"Nós temos o interesse de esclarecer todas as dúvidas do MP e a intenção da corporação é analisar e resolver os problemas", disse o delegado.


Explicações. Além de informações sobre a qualidade de esclarecimentos de casos, o MP solicita ainda, o nome de delegados, número de funcionários e equipamentos das delegacias especializadas, DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Taubaté.
O objetivo é verificar se a quantidade é suficiente para atender a demanda.
No mesmo documento, a promotoria solicita que sejam informadas pelo comando da Polícia Militar, quais as políticas de enfrentamento que estão sendo adotadas ou que serão traçadas contra os crimes de roubo e homicídios.
A promotoria de Taubaté aguarda o envio de todas as informações.cidade violenta.




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