Reunião conjunta das comissões técnicas na Assembleia Legislativa (Foto: Caio Bruno)
Deputado Merlong Solano, nas comissões técnicas da Assembleia Legislativa (Foto: Alepi/Caio Bruno)
De nada adiantaram os argumentos do deputado estadual Merlong Solano (PT), que pediu vistas, fez muito barulho, mas não conseguiu impedir que o governador Zé Filho fizesse mais uma conta - e cara! - para o já combalido, morimbundo tesouro estadual bancar a partir de 2015.
Com a folha de pessoal ultrapassando os 50% das receitas, em flagrante desrespeito à Lei de Responsabilidae Fiscal, no apagar das luzes, o governo que sai deixa mais essa "herança" para o governador eleito Wellington Dias, que assume o Estado em 1º de janeiro com vários abacaxis para descascar. E à unha, com o carro andando.
Como fez a Comissão de Constituição e Justiça, que aprovou por unanimidade a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 02/2014, acompanhando o voto do relator, deputado Luciano Nunes (PSDB), por 23 votos a favor e nenhum contra, o plenário da Assembleia Legislativa referendou a votação na CCJ e equiparou os salários de auditor fiscal ao de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.
A PEC dá nova redação aos artigos 49, parágrafo 2ª, e 54, X, onde é acrescido o parágrafo 3º da Constituição Estadual, equiparado o salário do auditor fiscal não mais ao de governador, mas ao salário de desembargador do TJ.
Dezenas de auditores e servidores da Secretaria de Fazenda acompanharam as votações na CCJ e no plenário. A categoria comemorava muito a cada voto (nominal) a favor da aprovação da PEC.
Ausentes, os deputados Fernando Monteiro, Hélio Isaías (PTB), Margarete Coelho (PP), Fábio Novo, Merlong Solano e Rejane Dias (PT), além de Robert Rios (PDT) licenciado.
O deputado Gessivaldo Isaías (PRB) chegou pouco tempo depois de concluída a votação. Ele registrou o voto ?sim? à proposta, que retorna a plenário na próxima terça-feira (18), após o intertício estabelecido em votação de emendas constitucionais.
A Secretaria de Estado da Fazenda conta atualmente com cerca 150 auditores fiscais na ativa e outros tantos aposentados, que passam a perceber salários superior a R$ 30 mil.
O secretário de Fazenda, Raimundo Neto de Carvalho, acompanhou a votação nas galerias, concedendo entrevistas aos jornalistas. Neto votou a repetir que o Estado está com as finanças equilibradas e não há risco de atrasos na folha.
Boi de piranha
Ausente nas duas votações, Merlong Solano foi alvo de um discurso inflamado do seu colega tucano Deusimar Brito, o Tererê (PSDB), que aproveitou as galerias lotadas para atacar deputado petista e o próprio PT.
Tererê responsabilizou o PT pela divisão do Brasil depois do "golpe" nas urnas.
O deputado do PSDB acusou Merlong Solano de jogar para a platéia para tentar conseguir um cargo importante no primeiro escalão do governo Wellington Dias.
"O senhor não precisa disso para alcançar esse objetivo. É um homem culto, capacitado... faça isso não", sugeriu.