Falta papel higiênico nas escolas de SP
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Falta papel higiênico nas escolas de SP


Ilustração: Marcio Baraldi
Por Altamiro Borges

A situação de São Paulo, o Estado mais rico da federação, é deplorável. A falta de água já atormenta mais de 6,5 milhões de moradores da região metropolitana. Os trens do Metrô e da CPTM parecem latas de sardinha e dão panes constantes. Os roubos batem recorde e a insegurança pública amedronta os paulistas. A sorte do governador Geraldo Alckmin (PSDB), reeleito em primeiro turno, é que a mídia evita fazer escarcéu sobre o caos imperante – na prática, ela já está em campanha presidencial em favor do “picolé de chuchu” e até agora não sofreu cortes nos milionários anúncios publicitários e outras benesses do Palácio dos Bandeirantes. Nesta sexta-feira (6), a Folha tucana publicou uma notinha – sem qualquer destaque – para outro fato lamentável: já falta papel higiênico nas escolas de São Paulo.

Segundo matéria de Fábio Takahashi, “o governo de SP reduziu a verba para escolas comprarem materiais e cortou coordenadores pedagógicos em escolas com notas baixas. Diretores e professores em quatro regiões do Estado (centro e sul da capital, Limeira e Sorocaba) afirmam que a redução da verba tem causado falta de suprimentos para os alunos, como papel higiênico, cartolina e guache. Além da diminuição dos valores, as escolas já haviam ficado três meses sem o recurso (de novembro a janeiro). Segundo os servidores, que pediram anonimato, os recursos voltaram a ser pagos, mas estão de 30% a 50% menores. Um diretor na área de Sorocaba diz que recebia, até 2014, R$ 3.000 mensais; agora, menos de R$ 2.000. ‘O professor de artes pediu para os alunos trazerem guache, cartolina e pincel. Os pais estão reclamando, mas o que vamos fazer?’, disse. Um professor de Limeira afirmou que os docentes estão fazendo ‘vaquinha’ para comprar materiais. Na unidade, a verba mensal caiu de R$ 2.000 para R$ 1.000”.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Educação deu a resposta mais esfarrapada possível. “Afirmou que houve redução nos recursos porque parte do dinheiro não era usada”. Na semana passada, o mesmo jornal já havia informado que o governador Geraldo Alckmin reduziu à metade as vagas abertas para o programa que oferece ensino técnico a alunos da rede estadual. “Outro corte imposto na rede de ensino foi a da função de coordenador de apoio pedagógico nas escolas prioritárias (com baixas notas ou em áreas vulneráveis). Para atuar na função, eram escolhidos docentes, que recebiam gratificação. No geral, tinham direito ao coordenador 25% das 4.000 escolas. A esses coordenadores cabia ajudar na implementação do currículo, orientar os professores e outras ações”.

Imagine se faltasse papel higiênico numa escola municipal da capital paulista? O prefeito Fernando Haddad (PT) já teria sido fuzilado pela mídia tucana. Com sua cara de nojo, o apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner, dispararia os morteiros da TV Globo. Já o Estadão, cuja obsessão doentia é publicar um editorial quase diário contra o petista, vomitaria dezenas de adjetivos. Mas tudo bem: já falta água, sobram roubos e os trens estão superlotados. Quem vai ligar para a falta de papel higiênico num escola pública estadual? O governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência da República em 2018, não tem culpa. Ele nunca tem culpa. É um santo. É um devoto do Opus Dei!

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