Geral
Falta poupança - PANORAMA ECONÔMICO
O GLOBO - 17/11
Álvaro Gribel e Valéria Maniero (interinos)
O vento está contrário ao investimento justamente no momento em que o país mais precisa. A tendência é de aumento dos juros no mundo e a desaceleração da China traz menos dólares via comércio. A volatilidade dos indicadores afasta o financiamento externo, e o consumo das famílias e os gastos do governo reduzem a taxa de poupança.
É nesse contexto que acontecem as concessões de infraestrutura. A Anbima reuniu em São Paulo um amplo time de economistas do governo e do setor privado para discutir o financiamento do investimento. O desafio é enorme porque a nossa taxa de poupança é muito baixa e o déficit em conta corrente já é alto demais. A primeira caiu a 16,6% do PIB.
O segundo saltou para 3,6%. A soma das duas poupanças (a interna e a externa) não é suficiente para elevar a taxa de investimento a 24%, como pretende o Ministério da Fazenda. É preciso poupai mas o governo continua estimulando o consumo e gastando demais. Ninguém sabe de onde virão os recursos que vão financiar projetos de longo prazo. O próprio Ministério da Fazenda reconhece que não é possível sustentar o PIB com incentivo ao consumo.
O economista-chefe do banco BNP Paribas, Marcelo Carvalho, lembra que cumprir o superávit primário ajudaria muito. ? A economia precisa trocar de motor com o carro andando. Pisar mais fundo no acelerador do consumo só vai produzir fumaça ? explicou. O país precisa acelerar no pedal do investimento, mas para isso o governo e as famílias precisam poupar.
O chairman do Goldman Sachs Brasil, Paulo Leme, chama atenção para a forte volatilidade dos indicadores, como aconteceu com o dólar, a conta-corrente, balança comercial, PIB, inflação. Tudo isso criou um ambiente de incerteza e fez o investidor estrangeiro ficar retraído. ? O problema de despoupança é muito sério no Brasil; o setor púbico tem poupança negativa, põe peso no setor privado, que também está reduzindo a sua poupança. A corda está encolhendo.
Mas o estrangeiro gosta do país, se o cenário macro estabilizar, ele voltará ? disse. Se não bastasse o cenário mundial mais complexo, o governo ainda tem mexido demais nas regras de concessão, criando outra fonte de incerteza. Não é por acaso que muitos leilões têm sido adiados e os lances e número de consórcios quase sempre têm ficado abaixo das expectativas.
?Quanto mais simples e estável, melhor. Se isso for feito, o investidor estrangeiro virá para o Brasil. Keep it simple.?
PAULO LEME
Chairman do Goidman Sachs Brasil, sobre as mudanças nos marcos regulatórios de infraestrutura no país
Esforço lá, relaxamento aqui
o governo Barack Obama tem comemorado a redução do déficit público no país. Em 2009, o resultado nominal do governo central foi negativo em 12,9% do PIB, com gastos enormes para o salvamento dos bancos. Com o arrocho no orçamento, os números estão melhores e a projeção do FMI é que o déficit caia para 5,7% este ano e chegue a 3,9% em 2015. O Brasil, segundo o Fundo, deve ter uma piora entre 2013 e 2014, para voltar a reduzir o déficit no ano seguinte.
EM OUTRA DIREÇÃO. O Brasil continua sendo exceção na América Latina quando o assunto é juros. Enquanto os bancos centrais de México, Chile e Peru reduzem a taxa, o do Brasil, por causa da inflação alta, eleva a Selic, como destaca, em relatório, o Itaú BBA.
-
Desastre Nas Contas Externas - Editorial O EstadÃo
#Aecio45PeloBrasil O ESTADO DE S.PAULO 25/10 O rombo nas contas externas aumentou de novo em setembro, quando o déficit em conta corrente acumulado em 12 meses chegou a US$ 83,56 bilhões, valor correspondente a 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB)....
-
Viração Do Vento - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 01/08 Quando o Fundo Monetário Internacional escreveu em relatório que o Brasil está "moderadamente vulnerável", nada disse que já não soubéssemos. Nos últimos dois dias, Tesouro e Banco Central confirmaram um desses pontos fracos, o...
-
Roda Das Incertezas - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 20/09 O governo sofreu um revés com a desistência de quatro petrolíferas americanas e inglesas do grande leilão de exploração de petróleo de Libra e já havia se decepcionado com o fracasso da concessão da BR-262. Os projetos são atraentes...
-
Giannetti Na Folha
"Falta ao país vocação para a poupança", avalia economistaPara Eduardo Giannetti, Brasil repete padrão histórico de estimular gastos sem investir para aliviar os gargalos Professor aponta ainda a "arriscada dependência" do consumo externo em que...
-
Falta Poupança E A Culpa é Do Governo
O GLOBO Paulo Levy, economista do Ipea, defende que o país crie mais estímulos para o investimento do que para o consumo. "A taxa de investimento é insuficiente para crescer 4,5% de forma sustentada". E lembra ainda que é preciso adotar políticas...
Geral