Falta poupança e a culpa é do governo
Geral

Falta poupança e a culpa é do governo


O GLOBO

Paulo Levy, economista do Ipea, defende que o país crie mais estímulos para o investimento do que para o consumo. "A taxa de investimento é insuficiente para crescer 4,5% de forma sustentada". E lembra ainda que é preciso adotar políticas para conciliar redução de desigualdade e expansão: "O país redistribui renda e sufoca o crescimento".

O GLOBO: O desempenho da economia em 2011 requer ainda mais cortes de juros?

PAULO LEVY: Os resultados do PIB e da produção industrial não deveriam alterar a rota sinalizada pelo Banco Central. O PIB ficou compatível com a inflação elevada e a política monetária atua pelo lado da demanda, que, mesmo robusta, não é problema. Com isso, a decisão certa seria cortar juros por mais uma ou duas reuniões, podendo levar a Selic para 9% ou 9,5% ao ano, patamar baixo para os critérios brasileiros.

Mas a política monetária olha para a inflação...

LEVY: A inflação está declinante e deve, em maio, ficar em torno de 5,2% no acumulado em 12 meses. A partir daí, com estímulos à demanda e o desempenho dos serviços, os preços devem subir, menos que em 2011. Então, seria a hora de parar e esperar.

O governo enfrenta dilemas macroeconômicos? Qual deveria ser a sua prioridade?

LEVY: A variável chave é poupança. Países com crescimento elevado têm taxa de poupança elevada. Caso de China e Coreia do Sul. No Brasil, a contribuição do governo para a poupança nacional é negativa: ele despoupa. Como mudar isso? Aumentando o peso dos investimentos e reduzindo o peso relativo dos gastos correntes.

Nossa taxa de investimento é baixa?

LEVY: A taxa de investimento é insuficiente para crescer 4,5% de forma sustentada. Só mesmo com 24%, 25% do PIB (no quarto trimestre foi de 19,3%). O certo seria criar estímulos para o investimento crescer mais que o consumo. Hoje, há uma visão oposta e equivocada. Na China, o investimento é 47% do PIB; na Coreia, 30%. O Brasil tenta avançar no consumo e no investimento ao mesmo tempo. Isso não é factível.

Como segurar o consumo diante de uma classe média ávida por consumir?

LEVY: Há uma camada da população que tem necessidades básicas a atender. E isso gera uma pressão forte sobre o consumo, o que reduz a taxa de poupança da economia e gera desequilíbrios. É preciso adotar políticas que permitam conciliar redução de desigualdade com crescimento. caso contrário, o país redistribui renda e sufoca o crescimento. E isso tem vida curta.




- Juros Baixos E Estagnação Secular - Samuel PessÔa
FOLHA DE SP - 24/08 O juro nos EUA será baixo nos próximos anos; para quem depende de capital externo, é uma boa notícia É possível que a taxa real de equilíbrio nos Estados Unidos, após o processo de normalização dos juros naquela economia,...

- A Futilidade Do Controle De Preços - Samuel PessÔa
FOLHA DE SP - 08/09 O resultado da estratégia de controle de preços é que a inflação está firme e forte; e a taxa Selic sobe Ao longo dos oitos anos do governo de Lula, o crescimento foi relativamente elevado, com uma alta média do PIB de 4% anuais....

- Até Onde Dá? - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 01/09 Com base no crescimento surpreendente do PIB no segundo trimestre, alguns entenderam que esse desempenho será fator de recuperação de confiança na economia, o que, por sua vez, atuará como determinante na melhora dos resultados....

- Bc Enfrenta A Inflação - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 30/05O Banco Central escolheu combater a inflação a tentar preservar o crescimento que, durante o dia, teve um número decepcionante. Foi uma atitude corajosa que provocará muitas críticas dos empresários e dentro do governo, mas o que...

- O "pibinho" Chegou Para Ficar?
Por João Sicsú, na CartaCapital: O PIB de 2011 decepcionou. Contudo, foi o resultado de uma decisão de governo. No início do ano passado, temendo a inflação e outros gargalos, a presidenta, junto com assessores mais próximos, tomou a decisão de...



Geral








.