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FHC e seu velho elitismo
Por Cadu Amaral, em seu blog:Fernando Henrique Cardoso (FHC), ex-presidente do Brasil, chamado de príncipe dos sociólogos pela elite da academia brasileira que, quando presidia o país entregou nossas estatais ao capital privado ao custo de confeitos de hortelã – dessas que se dá como troco em bancas de revista – e tomava esporros de Bill Clinton, presidente dos Estados Unidos no seu período como presidente aqui, onde quer que estivesse. Sem falar que nossos ministros tinham que tirar os sapatos para entrar na terra da Disneylândia, afirmou que Lula levou a política do país de volta à República Velha.
A República Velha foi o primeiro momento pós-império da História do Brasil. Se hoje há uma elite que se sente aristocrática e ainda hoje há alguns de seus "herdeiros" na elite brasileira. Marechal Deodoro, proclamador da República na versão positivista dos fatos era um dos que viviam na cozinha imperial de dom Pedro II. O regime mudou para atender aos interesses do capitalismo que já era forte na Europa e na América do Norte.
É claro que também a Inglaterra – a gringolândia da época – também não queria que a mesma família tivesse dois reinos, Portugal e Brasil.
A República Velha era marcada pela não participação popular. Estava mais para uma caricatura da democracia grega, onde apenas os homens livres podiam participar. Sua primeira constituição se baseava no latifúndio paulista e mineiro e as mulheres estavam totalmente excluídas de todo o processo político. Todo direcionamento de investimentos estatais eram direcionados à região Sudeste.
Igualzinho ao período de Lula na presidência da República, não? Acho que está mais parecido com o governo FHC.
A região Nordeste só veio a ter investimentos reais em seu desenvolvimento a partir de 2003. Não à toa o afloramento do ódio contra nordestinos por parte dos filhotes de “mamãe, eu sou reaça” em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Como também não é à toa que os níveis de crescimento econômico nessa região são comparáveis aos da China.
Lula fez política republicana de verdade. Não importava qual o partido do governador, o governo federal tinha política para ajudar a resolver os problemas daquele estado e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Um dos melhores exemplos desse comportamento é Alagoas.
O atual governador é do PSDB. Teotonio Vilela chegou a ser presidente nacional dos tucanos no governo FHC. Não houvesse as políticas federais Alagoas seria um estacionamento à beira mar. E Vilela diz onde chega que o governo federal é o grande “parceiro” dele. Também poderá, não tem uma broa que não seja oriunda de verba federal em Alagoas.
Nos tempos de FHC, os estados, especialmente se os governadores fossem de partidos oposicionistas, que minguassem. Salvo os estados do Sul e do Sudeste. Mesmo assim a coloração partidária do governante estadual contava, e muito, no trato político. Sem contar que não havia política pública real para os mais pobres. Isso é lenga-lenga tucana.
Parece que a idade está pegando FHC. A cada fala, mais besteira surge. E olhe que se trata de alguém tido como intelectualizado no Brasil. Esqueçamos a ação por plágio sobre sua teoria da dependência (que o tornou famoso e “príncipe”) movida contra ele pelo professor do Departamento de Economia e de Relações Internacionais da UFSC, Nildo Ouriques. Ele acusa FHC de plagiar Ruy Mauro Marini, ex-Política Operária (POLOP) radicado no México por causa da ditadura civil-militar de 1964.
Parece que tudo que se faz para melhorar a vida do povo, dos trabalhadores é coisa atrasada e, se o debate já estiver superado para a maioria da população, foi coisa do PSDB durante seu governo. Quem é mesmo que faz política velha?
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