FIM DE FEIRA, OU APROVEITE ANTES QUE ACABE
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FIM DE FEIRA, OU APROVEITE ANTES QUE ACABE


Estamos quase voltando ao Brasil, e às vezes dá um sentimento de fim de feira por aqui...

Muitas das coisas que eu gosto acabam. Simplesmente deixam de existir. E eu odeio isso. Por exemplo, ano passado eu comi muito sorvete com fudge (espécie de cobertura de chocolate). Era ótimo, mas não podia ser qualquer fudge. As marcas eram bem diferentes entre si. E na mesma marca ainda havia variações. Logo, após muita pesquisa (quem falou que no meu doutorado eu não fiz pesquisa intensa por aqui?), descobri a marca e o tipo que me satisfaziam: Betty Crocker Dark Chocolate. Era um fudge menos doce que o de chocolate ao leite. Muito bom. Só que, de repente, ele parou de aparecer nos dois supermercados onde eu ia. Não deu explicação nem nada. Só sumiu das prateleiras.

Uma coisa eu tenho pra falar a favor do Big de Joinville. Toda vez que eu comprava lá, na saída, a caixa perguntava: “Encontrou tudo que procurava?”. E umas três vezes eu disse não, ela anotou o produto, meu telefone, e alguém do Big ligava pra casa pra dar satisfação, ou pra avisar que tal troço já estava lá, ou que iria chegar tal dia, ou que eu podia me despedir, porque ele não viria mais. Não sei se o Big continua fazendo isso após ter sido comprado pela Wal-Mart.

Porém, nos EUA, pelo menos nos supermercados que frequentei, essa preocupação com o cliente não existe. E o pior é que os produtos somem mesmo. Outro foi o pão de forma. Desde que cheguei aqui, dei pra comprar uma marca mais barata (US$ 1,50 o pacote) de pão de forma integral, que eu tento acreditar, com um fervor quase religioso, que beneficia meu intestino (não há nenhuma prova disso). Faz mais de um mês que o treco não dá mais o ar de sua graça no super. A marca continua, mas agora só com pão branco. Agora compro este, e infelizmente devo dizer que meu intestino não notou a diferença (segue sem funcionar).

Mas o mais revoltante aconteceu com o sorvete. Lembra que joguei às alturas o sorvete de chocolate da Cold Stone? É, eu disse que ele era mais escuro e gostoso que outros sorvetes de chocolate aguados que há por aí, me arrependi de não ter entrado naquela sorveteria antes, e ainda usei o elogio absoluto – que eu poderia comer apenas essa sobremesa pro resto da minha vida. Tá. Acredita que aquele sabor era por tempo limitado?! Não tem mais. Foi uma promoção especial de verão. E dane-se que aquele sabor era o primeiro a acabar em todas as lojas que íamos – era limitado e acabou. Provavelmente aquele sabor anulava os outros sorvetes da marca ou era mais caro de fazer, sei lá. Só sei que os atendentes insistem em me dizer que “a marca vai lançar três novos sabores especiais por tempo limitado”. E eu, por educação, não falo o que a marca pode fazer com seus três novos sabores. Mas convenhamos, não é como tirar doce de uma criança?

Sem falar que há coisas que param de funcionar. A Netflix, que até há pouco era um dos únicos serviços americanos do qual não podíamos reclamar. Então. A gente paga 26 dólares por mês pra que sempre possamos ficar com quatro dvds em casa. Mas a vantagem real não são os dvds que eles mandam, e sim o “Watch Instantly” (Assista na Hora), seis mil títulos que você pode download em questão de segundos (um filme por vez) e ver no seu computador. No começo do mês isso parou de ser possível, de uma só vez, nos nossos dois laptops. Assim, de repente. A gente ligava pra Netflix (a empresa não fornece o número de telefone no seu site; só fui encontrá-lo na internet, de gente jogando pedra e em reportagens do tipo “Presidente da Netflix não consegue localizar telefone de contato no site da empresa”), falava com o suporte técnico, cada um falava pra gente fazer uma coisa, download tal arquivo, e nada. Só o quarto atendente nos mandou ir ao Explorer e apagar tudo lá. E o negócio voltou a funcionar, aleluia. Quer dizer, em apenas um dos computadores. No outro, desistimos.

Aí tem o lance do banheiro do meu andar na faculdade. Eu gostava daquele banheiro, até que o assento da privada ficou frouxo. Agora é só se sentar que ele fica lá, balançando, ameaçando me jogar no chão. Deve ser simples de consertar, imagino. É só parafusar ou, se estiver quebrado, trocar o assento. Mas já está assim há uns quatro meses, e ninguém troca. Não é possível que eu seja a única incomodada. Deve ter mais gente que passa mais tempo na faculdade do que eu.

E as lâmpadas daqui de casa, três delas, queimaram em menos de uma semana. Uma após a outra. Ok, sinal de que elas duram todas mais ou menos um ano. Mas que dá clima de final de feira, isso dá.





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