O SORVETE QUE DERRETEU NOSSO CONSERVADORISMO
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O SORVETE QUE DERRETEU NOSSO CONSERVADORISMO


Por que, ó Deus, por que às vezes a gente não prova coisas novas logo? No nosso dia a dia, eu e o maridão somos muito conservadores. Se um prato nos agrada (tipo o frango com caju da cozinha chinesa), podemos comê-lo direto sem enjoar. Logo, após várias tentativas, quando encontramos um cinema em Detroit (bom, Birmingham, subúrbio de Detroit) que era fácil de chegar de ônibus e onde era possível ver dois filmes pagando um só ingresso, ficamos com ele. Vamos a Birmingham quase todo fim de semana. Às vezes comemos por lá, num restaurante chinês (a conta fica em torno de 8 dólares). E gostávamos de comer a sobremesa numa lojinha perto especializada em cupcakes (bolinhos? Veja foto, que não sei explicar). Eu não sou tão chegada a cupcakes. Prefiro brownies. É que cupcakes, no fundo, são mais bonitos que gostosos. Infelizmente, a loja fechou. O moço, que trabalhava sozinho, chegava à uma da manhã pra cozinhar tudo fresquinho, e só ia embora às quatro da tarde. Ele nos contou que era esforço demais pra pouco retorno, que pouca gente passeava na rua (e Birmingham é uma graça! É onde o maridão observa carros de luxo, e eu observo cães de luxo. Às vezes toco neles), e que, depois de oito anos tentando sobreviver, ele ia embora. E foi. E nós ficamos órfãos da nossa sobremesa. Só que, mais perto ainda do cinema, há uma doceria com um cartaz maravilhoso de um bolo de chocolate que eles colocam estrategicamente na calçada. Não tem como passar sem devorar o cartaz. Mas só entramos uma vez na doceria, olhamos em volta, nada pareceu tão atraente quanto aquele cartaz, e saímos, sem comprar nada. Até que, semana passada, decidimos entrar pra valer, determinados a provar alguma coisa. Eu achei tudo muito confuso, o que tava à venda, os preços, tudo, mas como minha mente estava se esforçando pra permanecer no módulo “dinheiro não é problema”, e como eu e o maridão íamos dividir uma sobremesa, insisti. E acabei pedindo um copo de sorvete (de chocolate, óbvio). Olhamos admirados porque veio um copão. Era muito sorvete. E era como sorvete de chocolate deve ser: escuro, nada daquela cor “água misturada com Toddy”, e cremoso. Tô salivando ao relatar isso. Foi sem dúvida o melhor sorvete que tomamos nos EUA, disparado, e um dos melhores de nossas vidas. Sabe quanto custou? US$ 3,91. Agora, por que deixamos pra experimentar isso só na semana passada, faltando dois meses pra voltar pro Brasil? Eu tô calculando quantos copões de sorvete a gente deixou de consumir. Vejamos, como vamos lá quase toda semana, uns trinta? Tudo bem, seriam uns 120 dólares gastos em sorvete, mas não seria por uma boa causa (nosso prazer degustativo)? O pior é que a doceria sabe que é boa. Na parede, perto da porta, há até uma placa, “See you tomorrow”. Pode apostar.




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