FIM DE SEMANA COM MAIS ESTRÉIAS NO BRASIL QUE NOS EUA
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FIM DE SEMANA COM MAIS ESTRÉIAS NO BRASIL QUE NOS EUA


Do Al Pacino pro capanga canastrão: O que eu tô fazendo nessa bomba que todo mundo já viu, meu Deus?

Vou começar pelas estréias nos EUA: Reino Proibido (Forbidden Kingdom), uma aventura juvenil sobre um rapaz vidrado em kung-fu que vai parar na China (isso, vai ver se eu tô na China). Forgetting Sarah Marshall, mais um produto com o selo de qualidade Judd Apatow, que podia representar alguma coisa ano passado, quando ele lançou Superbad e Ligeiramente Grávidos, mas depois de Walk Hard e principalmente Drillbit Taylor, e com outras inúmeras comédias ralinhas saindo da esteira na linha de produção, hoje tá sem credibilidade. Gente, ficar bilionário é importante, eu sei, mas lembrem-se do que a superexposição fez com a carreira da Helen Hunt. Parece que Forgetting chegará ao Brasil em setembro, com o título Ressaca de Amor (horrível, mas eu também não gosto do título original. Quando o ouvi pela primeira vez, pensei que tinha a ver com Exterminador do Futuro. Errei de Sarah! Nunca aconteceu com você?).

Outra: 88 Minutos. É impressionante que esse policial seja a maior estréia da semana nos EUA. Por que impressionante, você pode perguntar? Não é com um astro como o Al Pacino, dirigido pelo Jon Avnet (Tomates Verdes Fritos)? É. Acontece que é também um filme feito há três anos, que foi lançado em DVD (de verdade)em Israel em 2006, e acho que antes disso já circulava piratamente em todo o mundo. Pra você ter uma idéia, até eu já vi o troço uns dois anos atrás! Mas a lógica do estúdio pra lançar nos cinemas dos EUA um filme que todo mundo já viu foi pensar num nicho de mercado – no caso, pessoas mais velhas, que vão ver tudo do Al Pacino, e que não baixam filmes no computador. Agora, se o Al tivesse amor pela sua carreira, evitaria que esse desastre alcançasse as salas americanas. É uma bomba. Inclusive deve ser a pior atuação que eu me lembre dele. Não diga que eu não avisei.

No Brasil há várias estréias. A mais promissora, mas que seguramente deve ser a mais limitada em número de salas, é Apenas uma Vez (Once), um belo musical. Nem sei se dá pra chamar de musical. É uma história de amor que tá estritamente ligada à música. Aliás, nem sei se dá pra chamar de história de amor. É tudo diferente e original. Em uma só palavra, singelo. Já Os Reis da Rua não fiquei com nenhuma vontade de ver. Já fiz muito em criticar o trailer. Mas pros homens que gostam de Rambo deve ser um prato cheio. Com sorte pode atrair quem apreciou Tropa de Elite também, porque lida com violência policial. Mas pra mim parece o tipo de coisa lotada de testosterona que pra uma mulher ver só sendo arrastada pelo namorado ou sentindo uma atração irresistível pelo Keanu Reeves. Imagino que as espectadoras prefiram Quebrando a Banca. Não tenho muita certeza. Tem Uma Chamada Perdida, mais um remake de terror asiático (soninho). E Superherói: o Filme, mais uma paródia adolescente. Vi uns cinco minutos de Super. Entrei numa sala em que ele tava passando, enquanto o meu filme não começava. Cinco minutos foram mais que suficientes pra condenar a comédia. Ninguém na platéia riu de nenhuma das 300 tentativas frustradas de piadas feitas naquele curto período. Foi tão constangedor que quase fiquei com pena do filme. Quase. Os americanos tem um termo pra isso: “close, but no banana”, que minha imaginação infértil só consegue traduzir literalmente pra “perto, mas nada de banana”.





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