Golpe e a mídia colaboracionista
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Golpe e a mídia colaboracionista


Do blog Viomundo:

No debate deste sábado, TV Globo: Do golpe de 64 à Censura Hoje, a historiadora Beatriz Kushnir, autora do livro Cães de Guarda - Jornalistas e Censores, do AI-5 à Constituição de 1988, se disse surpresa com a contribuição de um jornalista a um recente caderno da Folha de S. Paulo sobre o golpe de 64.

Em seu artigo, sobre a imprensa paulista, o jornalista oferece um retrato matizado do que, na opinião de Beatriz, foi claríssimo: a mídia não só apoiou o golpe de 64 como, ao longo da ditadura militar, foi colaboracionista. O autor do artigo criticado pela historiadora também diz que a mídia teve papel importante tanto na anistia quanto na redemocratização, o que ela contesta. Bia faz referência ao livro Mil Dias, que descreve a redefinição do projeto editorial da Folha com objetivos comerciais. Ela relembra Jânio de Freitas: se as pessoas voltassem aos arquivos dos jornais da época do AI-5, o ato mais grotesco da ditadura, que fechou o Congresso, ficariam chocadas com o que se escreveu então.

Sobre os dois principais jornais paulistas, apesar da aparente amnésia, sabemos muito.

Sabemos, por exemplo, do papel central de Julio de Mesquita Neto entre os conspiradores [Leia aqui o que a revista norte-americana Fortune escreveu sobre ele, na época]. Ironicamente, mais tarde, os jornais da família Mesquita seriam os únicos a receber censores na redação.

Porém, como disse Bia em sua fala, publicar poemas de Camões na primeira página do Estadão e receitas culinárias nas páginas do Jornal da Tarde foram concessões da ditadura, já que o que estava proibido era publicar os jornais com espaços em branco.

O caso da Folha é claríssimo. O jornal apoiou o golpe e a ditadura até tarde. Mudou de posição em busca de vantagens comerciais. Tirou proveito da destruição de concorrentes, como a Última Hora, de Samuel Wainer. Engoliu o Notícias Populares, criado para enfrentar a Última Hora. Quando a TV Excelsior teve a concessão cassada, pelo governo Médici, a família Frias ficou com parte do espólio. Emprestou um jornal à ditadura, a Folha da Tarde. Também emprestou carros de entrega de jornais à Operação Bandeirantes, que operou o maior centro de torturas do Brasil, o DOI-Codi da rua Tutoia. Quando os militares se dividiram, a Folha jogou com a linha mais dura, que não aceitava a abertura “lenta, gradual e restrita”. Em resumo, foi oportunista.

Já a Globo, segundo Beatriz detalha em seu livro, chegou a contratar censores para atuar como seus funcionários, com o objetivo de aperfeiçoar a autocensura e evitar cortes que poderiam causar prejuízos econômicos.

Hoje, porém, o que se vê, segundo a historiadora, é uma tentativa de reescrever a História, destacando o papel “resistente” da mídia que, segundo ela, praticamente não houve.

Jornalistas vítimas da ditadura, acrescenta, foram aqueles que militaram em organizações de esquerda na luta armada e foram presos e mortos.

O evento deste sábado faz parte de uma campanha para levantar fundos para o jornalista Marco Aurélio Mello, processado duas vezes por seu ex-patrão global, uma delas por ter escrito uma peça de ficção.

A conta de arrecadação:

Marco Aurélio Mello

Bradesco agência 1363

conta 120558-7

CPF 075298408-00




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