GUEST POST: MÉTODOS ALTERNATIVOS QUE NÃO FUNCIONAM NA PREVENÇÃO DA AIDS
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GUEST POST: MÉTODOS ALTERNATIVOS QUE NÃO FUNCIONAM NA PREVENÇÃO DA AIDS


Desde 2005, Adriana Calábria tem um blog que fala de prevenção à AIDS. Ela também dá palestras sobre o assunto, pois trabalha com combate a DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) desde 2002. Ela tem 33 anos, atualmente mora em Recife e, em julho, se forma em Serviço Social pela UFPE. Pretende começar um mestrado logo a seguir para falar de prevenção da AIDS relacionada às mulheres, que estão bem mais vulneráveis hoje. Pedi pra ela escrever um guest post sobre o assunto, e ela topou. Vamos seguir as dicas de uma especialista?

AIDS é um tema recorrente na mídia. Todo mundo sabe, todo mundo já ouviu falar em prevenção da AIDS e nos métodos de prevenção da dita cuja.
Se você perguntar, qualquer pessoa tem a resposta na ponta da língua: camisinha.
Mas não basta apenas saber. Tem de usar. E usar sempre! Infelizmente, na prática não é bem assim que a banda toca, não.
Pra uma transa eventual, com desconhecidos, as pessoas se previnem. Isto é fato, é dado estatístico. Mas existem métodos alternativos que estão por aí no meio da população que deixam de cabelo em pé quem trabalha com prevenção. Enquanto eles persistirem, a doença não vai parar de crescer. Aqui estão apenas alguns exemplos, mas existem muitos mais:
Método número 1: A barreira dos três meses.
Basta o relacionamento ficar mais firme, coisa que acontece lá pelos três meses, que a camisinha é a primeira a ser posta de lado. Saiu o nome “ficante”, entrou o termo “namorante”, a camisinha é prontamente substituída, acreditem, pela confiança!
Sinto decepcionar, mas confiança nunca protegeu ninguém! Antes de confiar cegamente, tenha uma conversa bem franca sobre o assunto. E passem os dois num laboratório pra fazer um teste de HIV.
Método número 2: Seleção de parceiros.
Explico: Basta ter uma carinha saudável, um corpinho malhado, que a figura já merece confiança. Olha ela aí de novo !
Pessoas, isso não quer dizer nada. Aqui não é a África, onde a AIDS está matando aos montes e está na cara e no corpo das pessoas. A cara da AIDS podia ser vista no Brasil até uns 15 anos atrás. Hoje em dia, temos o melhor programa de medicação pra AIDS do mundo. Só não toma coquetel quem não quer, porque o governo fornece pra todos de graça (o cara pode não ter o que comer, mas remédio ele tem. Mas isso é tema pra outro post). Além do mais, o vírus pode ficar anos no organismo sem dar nenhum sinal de existência, e nem o dono sabe que ele está lá.
Outro tipo de seleção é o da turma que só transa com gente “de família”. Os homens são os maiores usuários desse método. Tem aqueles que saem apenas com “meninas de família”.
Ao menos que a figura tenha crescido num orfanato (que também não deixa de ser uma família), todo mundo tem família, ou não? Só pra situar, estamos vivendo a pós-revolução sexual. Tem muita gente por aí que já tem mais horas de sexo do que muito profissional.
Não importa quantos parceiros a figura já tenha tido na vida, se um ou trezentos. O que interessa é se usou camisinha!
Método número 3: Transar apenas com os conhecidos.
Não precisa ser muito, não. Conhecer um pouquinho já é suficiente. Tipo: vizinho(a) de prédio, o(a) colega de trabalho etc. A lógica é: “eu conheço, posso confiar”.
Não, não pode. Não, não deve! Você pensa que conhece, mas não conhece. Mesmo aquele seu amigo(a) de infância pode ter algo que não te contou. Alguém aí lembra do ditado: de perto ninguém é normal? Pois é, em se tratando de sexo, isso quase sempre é verdade. Não bote a mão no fogo pelo passado sexual de ninguém. Basta um porre bem tomado pra rolar uma transa desprotegida. E não precisa de duas transas pra correr risco, uma já é mais que suficiente pra infectar alguém.
Método número 4: Casamento
Sem querer ser estraga-prazeres, mas já sendo: casamento nunca foi, nem é garantia de fidelidade. Casamento é uma construção social. Sexo é puro instinto. Tem horas que casamento não regula atração sexual. Uma coisa é amor, outra coisa é sexo, e nem sempre elas andam juntas.
O melhor a fazer é conversar francamente a respeito da questão. Fácil não é, eu sei disso. Ninguém gosta de admitir a possibilidade de que a pessoa amada possa sair por aí transando com alguém. Mas pode acontecer, e é preciso definir onde a camisinha vai entrar nessa questão - se dentro do casamento, ou fora dele, numa eventual pulada de cerca.
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Você pode ser hétero até a raiz dos cabelos. Nunca ter participado de uma surubinha básica na época da faculdade, nem muito menos ter ido visitar uma casa de swing na vida. Mas a AIDS pode, sim, cruzar ou ter cruzado seu caminho, basta você não ter se protegido ou não se proteger. (Antes que alguém diga que eu sou contra as surubas, contra o swing feito por casais gays ou héteros, vou logo dizendo: não sou contra nem a favor. Cada um no seu quadrado!). Apenas estou dando exemplos que as pessoas me dizem pra justificar que imaginam estar longe da AIDS.
Outra coisa que as pessoas se esquecem é que não existe apenas AIDS. São mais de dez DSTs que continuam por aí espalhadas. Sífilis, por exemplo, ainda está fazendo vítimas em pleno século 21. E temos também o HPV, que causa o câncer de colo de útero e que a cada ano mata milhares de brasileiras. Todas essas doenças podem ser prevenidas com uma coisinha simples: camisinha sempre!
E existem camisinhas para todos os gostos. E bolsos. Tem com sabor, sem sabor, com lubrificante ou sem. E tem a feminina , que é uma ideia ótima, pois deixa a mulher livre pra decidir. Mas ela é cara, custa em média cinco reais. O governo distribui, mas em poucos locais e em pouca quantidade, além de não ser prática pra colocar nem pra transportar. Eu, particularmente, ainda aposto mais na camisinha masculina, mesmo sendo mulher. Explico: ela cumpre muito bem o seu papel. É mais prática de colocar, cabe em qualquer bolso ou bolsa, é mais ecológica, e custa menos de um real. Além do governo distribuir de graça e em grande quantidade.
Pensem nisso!

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