Nos últimos cinco anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou cerca de 90 produtores de carvão no Piauí por estarem com o licenciamento ambiental falsificado.
De acordo com o superintendente do Ibama no Piauí, Ivan Cruz, nos anos de 2010 e 2012, o Ibama realizou juntamente com a Polícia Federal, as operações Corsel Negro e Ciranda, que identificou a comercialização irregular de madeira e carvão na região Sul do estado.
"Na época foram constatados fortes indícios de irregularidades na produção de carvão no interior do estado. Nós fizemos a investigação e constatamos as atividades irregulares das empresas, até embargarmos a atuação das mesmas. Então, nós cuidamos da parte administrativa e enviamos a parte criminal para a Polícia Federal", contou o superintendente.Ainda de acordo com o Ivan Cruz, os dois servidores federais que foram presos no Piauí nesta quarta-feira (26) durante a 'Operação Forjas', da Polícia Federal, suspeitos de envolvimento com a falsificação de laudos ambientais, são servidores de nível médio.
Segundo o superintendente, não se sabe qual o envolvimento deles no sistema de fraude, mas há a suspeita de que eles possam estar atuando de forma a acobertar desmatamentos irregulares no Piauí e em outros estados.
A operação visa desarticular o grupo criminoso que atua na simulação, falsificação e comercialização de créditos de produtos de origem florestal, a partir de licenciamentos ambientais emitidos no estado.
"A gente queria depois ver com calma a participação deles. A PF apurou e achou necessário o indiciamento deles para verificar onde realmente eles têm atuado. Em posse do Ibama, estão documentos que comprovam a atuação irregular dos servidores e das carvoarias", contou o superintendente.
A PF está levantando e apontando o envolvimento de servidores federais. Ainda de acordo com o superintendente, essa pode ser a fase conclusiva da 'Operação Forjas', que investiga criminalmente a atuação dos compradores e produtores de carvão no Piauí. O Ibama já encaminhou o caso para a PF, que desencadeou na ação desta quarta-feira (26) e prendeu as pessoas que falsificavam a documentação.
"Já conversamos com a superintendência em Brasília que julgou melhor não divulgar o nome dos servidores, não por corporativismo, mas por ainda estar em processo de investigação. Um deles é lotado na capital e o outro no interior do estado", disse.
Foram cumpridos 23 mandados de prisão. Além do Piauí, outros oito estados são alvo da operação: Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Com informações do G1